Manacapuru
Hoje em Manacapuru, o Grêmio Coariense (que não é coariense) joga contra o Princesa do Solimões, time da casa. Minha relação com Manacapuru é de longa data. Em fevereiro de 1987 fui para lá passar o Retirão do Carnaval. Depois de uma sexta-feira gorda de carnaval, partimos no sábado à tarde. Foram três dias vividos no sítio São Miguel, alguns kilometros da cidade. Naqueles dias discutíamos o tema da Campanha da Fraternidade: Pão para quem tem fome. Tudo girou ao redor da questão: “É possível ser feliz com fome?”
Foram tantos debates, éramos mais de cem jovens. Uns eram a favor, outros contra. Na verdade tínhamos fome de tantas coisas e não sabíamos. Esse momento foi um marco na minha vida. Acabava de completar 19 anos. O grupo que esteve à frente de todo debate resolveu, ou melhor, resolvemos continuar se encontrando para aprofundar o tema. Uma vez por mês, eu ia de Manaus para Manacapuru. Um mês de filosofia, no fim estava lá com o grupo e via que o cotidiano do pobre é massacrante. Ampliamos o grupo, fizemos grupos. Nesses pequenos grupos começamos a envolver os moradores dos bairros. A experiência foi inesquecível. Depois de um ano. Acabamos todos petistas.
No ano de 88 me afastei um pouco. Retomamos em 89, Lula perde sua primeira eleição para presidente. Retomei a relação com o grupo no segundo semestre de 2002 e um pouco do primeiro semestre de 2003. Tudo mudado, eu, vivendo um tempo de compreensão festiva da minha vida. O grupo de Manacapuru, metido na faculdade, casamentos e filhos. Eu iludido, pensando que a faculdade lhes daria mais segurança na busca pelos objetivos comuns. Participei da produção do livro de poesias do Prof. Elival, o guia intelectual. Os anos avançaram, vieram os trabalhos, veio Roma.
O retorno ao Brasil. O reencontro com o grupo, todo mundo na área da educação e da cultura. Estávamos em outro estágio de nossas vidas. O envolvimento cultural os conduziu a “Ciranda”, festival movido a dinheiro, envolvimento poliqueiro em busca de verbas. Os traficantes começaram a faturar alto, as cafetinas e cafetões também. Eu, recuei. Cresceram na esfera social da cidade e foram cooptados pela administração municipal. Secretarias municipais, diretoria de escolas, cargos municipais. Por oito anos.
Tempo terminado. Durante esse tempo nunca morei em Manacapuru, mas, a relação com esse grupo foi sempre próxima. Voltei para Roma. Eles continuam, praticamente todos na área da educação. Os objetivos coletivos estão cada vez mais distantes. Estamos bem. Sentados no Pudim!
Foram tantos debates, éramos mais de cem jovens. Uns eram a favor, outros contra. Na verdade tínhamos fome de tantas coisas e não sabíamos. Esse momento foi um marco na minha vida. Acabava de completar 19 anos. O grupo que esteve à frente de todo debate resolveu, ou melhor, resolvemos continuar se encontrando para aprofundar o tema. Uma vez por mês, eu ia de Manaus para Manacapuru. Um mês de filosofia, no fim estava lá com o grupo e via que o cotidiano do pobre é massacrante. Ampliamos o grupo, fizemos grupos. Nesses pequenos grupos começamos a envolver os moradores dos bairros. A experiência foi inesquecível. Depois de um ano. Acabamos todos petistas.
No ano de 88 me afastei um pouco. Retomamos em 89, Lula perde sua primeira eleição para presidente. Retomei a relação com o grupo no segundo semestre de 2002 e um pouco do primeiro semestre de 2003. Tudo mudado, eu, vivendo um tempo de compreensão festiva da minha vida. O grupo de Manacapuru, metido na faculdade, casamentos e filhos. Eu iludido, pensando que a faculdade lhes daria mais segurança na busca pelos objetivos comuns. Participei da produção do livro de poesias do Prof. Elival, o guia intelectual. Os anos avançaram, vieram os trabalhos, veio Roma.
O retorno ao Brasil. O reencontro com o grupo, todo mundo na área da educação e da cultura. Estávamos em outro estágio de nossas vidas. O envolvimento cultural os conduziu a “Ciranda”, festival movido a dinheiro, envolvimento poliqueiro em busca de verbas. Os traficantes começaram a faturar alto, as cafetinas e cafetões também. Eu, recuei. Cresceram na esfera social da cidade e foram cooptados pela administração municipal. Secretarias municipais, diretoria de escolas, cargos municipais. Por oito anos.
Tempo terminado. Durante esse tempo nunca morei em Manacapuru, mas, a relação com esse grupo foi sempre próxima. Voltei para Roma. Eles continuam, praticamente todos na área da educação. Os objetivos coletivos estão cada vez mais distantes. Estamos bem. Sentados no Pudim!