Coaripolis

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Ir. Dorothy Stang - Mártir da Paz

A estrada era longa e dura
Os caminhos e curvas, infinitos, perigosos.
O vento acariciava sua pele num ato de gentileza, era solidário na sua luta
A chuva não perdoava, encharcava o corpo, lavava a alma.

Ir. Dorothy Stang, corpo frágil
Olhava o caminho, sua terra, sua floresta, sua gente
Encontrava nesse olhar a força para seguir em frente, caminhar, lutar.
Na estrada de barro vermelho como o sangue
Consumiu sua vida, abandonou-se
Fez-se em outras vidas.

A mulher guerreira que abria estrada
Caiu, tombou
Ao som de um tiro seco, forte
Invadiu mata
Invadiu rios
Invadiu o mundo.

Na floresta, o Irapurú silenciou
No centro da mata, o Mapinguarí chorou
A mãe-d’água no fundo do rio, entristeceu
A Cobra Grande, encolheu
O povo com lágrimas, declarou luto!

Enquanto o mundo, gritava lucros, dinheiro, ter, poder...
Ir. Dorothy Stang, gritava justiça e amor
Enquanto o mundo, gritava violência
Sua vida, gritava, PAZ.
E quando o mundo gritou MORTE
Sua morte se fez VIDA.

Ir. Dorothy Stag
Derramou seu sangue em terra vermelha
Sangue e Terra, uma só cor
Terra fecundada de sangue
Grávida
Sangue fecundando a terra
Gerando vida
Fazendo nascer... Ir. Dorothy Stang em todos nós.


Minha homenagem à Ir. Dorothy Stang. Quanta falta está nos fazendo!