Coaripolis

quarta-feira, maio 11, 2005

Estamos quase no fim da Páscoa e como post final desse tempo fica a “Carta de D. Gutemberg” sobre o que aconteceu em Coari no dia 26 de março:
“A celebração da Páscoa é um hino a Vida. Mas hoje quero pedir a oração de vocês pela situação de morte acontecendo em nossa cidade.
A Páscoa da Ressurreição de Cristo é Alegria, pela vida nova que Cristo nos dá. Mas hoje estou triste e a cidade de Coari deveria está chorando com o confronto que está acontecendo entre um grande número de pessoas e a polícia do Estado do Amazonas aqui na periferia de nossa cidade. A ironia é tão imensa quanto a vastidão amazônica. Nesse mundão de terras sem gente, há briga por causa dum pedaço de chão. Será que já globalizaram a guerra como “produto” para ser chique...
No final da Campanha da Fraternidade pela Paz, testemunhamos uma violência em Coari praticada por ambos os lados em conflito. Após tantos dias de apelos por solidariedade como instrumentos da Paz, presenciamos uma demonstração de força, que vira espiral de múltipla violência.
A Igreja sofre com estes acontecimentos. A situação da Igreja é a situação do povo. A Igreja não se cala, quando as pessoas humanas, criando uma Babel, ficam carentes de Paz e Solidariedade.
“Bem aventurados os que promovem a Paz”
Não promove a paz a ausência de autoridades importantes na cidade nesta ocasião.
Não promove a paz a teimosia de muitos, em querer resolver injustiças sociais pela força; em se aproveitar da pobreza para ganhar dinheiro ou poder.
Não promove a paz, a violência das armas, da tortura física, psicológica ou política.
Não promove a paz, a perseguição política, econômica ou moral.
Não promovem a paz, a comercialização de drogas.
Felizes os que promovem a paz; eles serão chamados filhos de Deus Mt 5,9)
Apoio e encorajo as pessoas de boa vontade que estão procurando salvar vidas e promover a paz, conseguindo uma trégua para negociações jurídicas do conflito.
Acredito que esta é situação para ser tratada por advogados competentes e éticos.
Acredito que todos os acontecimentos precisam ser documentados para que a “Verdade nos torne livres” (Jô 8,32).
Em nome de Deus, digo que chega de briga. Chega de violência. Chega de brutalidade. A violência é cruz que mata jovens, destrói família e promove a dizimação sem piedade.
Queremos a paz justa com dignidade!
Vamos rezar na certeza que o Cristo Ressuscitado pode nos ajudar e ajudar a população coariense e suas autoridades a encontrar o entendimento e a paz”.