A Amazônia vista pelos estrangeiros
Desmatamento: a realidade poderia ser outra
A reação dentro e fora do Brasil aos últimos dados estimados de desmatamento na Amazônia foi rápida e dura. Entre 2003 e 2004, desmatou-se mais de 26.000 quilômetros quadrados, a segunda maior taxa de destruição da História. Apesar de diminuírem em vários estados, as taxas de desmatamento aumentaram significativamente em Rondônia (23%), e Mato Grosso (20%), sendo este responsável por metade do desmatamento na região. Ironicamente, a divulgação desses números ocorreu quando se comemorava o sucesso do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia, que busca proteger, até 2012, 50.000 quilômetros quadrados de hábitats prioritários e representativos da riqueza biológica da Amazônia. Dois anos antes do programado, já foram implantados 15.600 Km² de novas áreas protegidas. No evento comemorativo, o presidente Lula e a ministra Marina Silva expressaram seu apoio à proteção ambiental e condenaram o desmatamento indiscriminado. Por que então este aumento do desmatamento na Amazônia? Em parte, ele resulta dos incentivos econômicos para a expansão da pecuária e da soja na região e do avanço da soja sobre os pastos do Cerrado, empurrando a pecuária para a Amazônia. Da mesma forma, a não priorização do meio ambiente, a falta de políticas adequadas e problemas de governança local - refletidos em direitos de propriedade inadequados, conflitos e ocupação ilegal de terras - contribuíram para o ritmo recorde de conversão da floresta. Leia+