Coaripolis

terça-feira, agosto 30, 2005

Boi de Parintins gira com o mundo
Apesar do adjetivo inserido em seu título, o Festival Folclórico de Parintins vai muito além do folclore. Desenvolvida com base em mitos amazônicos e tradições diversas, a grande festa da Ilha Tupinambarana ao longo do tempo incorporou diversos elementos em sua realização e hoje se insere entre as manifestações artísticas pós-modernas. A idéia foi defendida este ano pela mineira Maria Helena Rodrigues Silva em sua dissertação de mestrado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“A concepção do folclore como coisa estática, de raízes mesmo, já fugiu muito das apresentações dos bumbás. Embora conserve elementos folclóricos, como o auto do boi e algumas apresentações de tribos, o festival já saiu da alçada do folclore para atingir novas dimensões”, explica a pesquisadora, cujo trabalho é intitulado “Boi-bumbá de Parintins – Arte e significação”. Também artista plástica, Maria Helena tomou contato com o boi-bumbá amazônico em 1997, quando assistiu aos ensaios dos bois em Manaus. “Me impressionou esse amor, esse apego que as pessoas tinham por um boi de pano e comecei a tentar entender a motivação delas”, comenta a mineira, que iniciou a pesquisa de mestrado em 2002.