Coaripolis

segunda-feira, outubro 31, 2005

Índios querem trocar Funai por ministério
A proposta de uma nova política indígena para o Brasil substitui a “velha e ultrapassada Funai” (Fundação Nacional do Índio) por um ministério ou uma secretaria, coloca os pajés na equipe de saúde, contempla um programa de desenvolvimento sustentável e garante aos índios representatividade no Legislativo. Desde ontem, aproximadamente 350 lide ranças do Amazonas e Roraima estão reunidas numa conferência regional discutindo a proposta que será levada à conferência nacional marcada para março do ano que vem, em Brasília.
Comparando com os avanços dos povos indígenas, a Funai está ultrapassada, em pelo menos 50 anos, e precisa ser atualizada, dizem as lideranças. O modelo proposto é de um órgão com autonomia política, administrativa e orçamentária.
Durante muitos anos uma das principais reivindicações era a demarcação das terras, hoje os índios sabem que é preciso ir mais além, tendo em vista às invasões que ocorrem. O presidente da Confederação das Organizações indígenas e Povos do Amazonas (Coiam), Estevão Barreto, 41, acha que um programa de desenvolvimento sustentável poderá criar condições para manter o homem na área, evitando a migração para os centros urbanos em busca de melhores condições de vida. Manter os índios na área também será uma forma de conter as invasões. Barreto, da etnia tucano, diz que o Programa Amazonas Indígena lançado pelo Governo com a promessa de dar sustentabilidade à população indígena ainda não saiu do papel.