Brasil quer liberar venda de derivados do jacaré-açu
Cientistas reunidos em Manaus na semana passada recomendaram a retirada do jacaré-açu da lista internacional dos animais em extinção. Em 2003 o animal saiu da lista brasileira, mas sua exportação só é permitida com a retirada da lista da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites).
Cientistas reunidos em Manaus na semana passada recomendaram a retirada do jacaré-açu da lista internacional dos animais em extinção. Em 2003 o animal saiu da lista brasileira, mas sua exportação só é permitida com a retirada da lista da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites).
Os dados que justificam a decisão do grupo indicam os resultados favoráveis do monitoramento, da reprodução e manejo realizado na Reserva de Mamirauá, no município de Alvarães, a 538 km ao noroeste de Manaus e em outras localidades do Brasil onde ocorre a espécie.
Segundo a bióloga Sônia Canto, responsável pelo projeto de manejo do jacaré da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, um relatório brasileiro será debatido na França num encontro internacional de especialistas.
A Cites controla o comércio internacional de fauna e flora silvestres, exercendo controle e fiscalização especialmente quanto ao comércio de espécies ameaçadas. Mais de 150 países seguem as regras do acordo, inclusive o Brasil.
Para Sônia, a quantidade de jacaré-açu já permite que carne e couro sejam comercializados sem comprometer a perpetuação e conservação da espécie. Cálculos recentes indicam que, só na Reserva de Mamirauá, há cerca de 1 milhão de animais.
No Brasil, a licença para a comercialização da carne e couro do jacaré-açu dentro do território nacional, em áreas de manejo, deve ser liberada ainda neste primeiro semestre pelo Ibama. O jacaré-açu é protegido desde 1967 pela Lei da Fauna, que proíbe a caça e a comercialização da espécie.
A cota para a captura autorizada para este ano é de 736 jacarés-açus da Reserva de Mamirauá. "Pelo menos 200 moradores serão beneficiados", afirma Sônia.