Coaripolis

sábado, agosto 05, 2006

I Festival da Cultura de Coari e 74 anos de aniversario da Cidade
Esses dias pessoas que nao leem o blog, nem tem acesso a internet vieram me perguntar o que eu tinha escrito na minha página que tanto tinha incomodado determinada pessoa. Tentei explicar do melhor modo possivel, tentando que elas entendessem a mudança que aconteceu da festa do passado para a do presente.
Vamos a explicação: Disse que tnhamos uma festa própria, nossa. A festa era celebrada em junho e chamava "Festival Folclórico", onde as danças "Folclóricas" se apresentavam com tudo que uma festa dessa implica. Essa festa mudou a data, passou a ser em julho, mas, continuou com sua estrutura e a outra coisa que tínhamos era a comemoração do aniversário da cidade na sua data. Cada coisa no seu tempo.
Cada uma dessas festas tinha sua característica própria. Fazíamos a coisa do nosso modo, com os nossos talentos e nossas limitações. Agora imitando a festa de Manacapuru as coisas se juntaram, o nosso festival folclórico e o aniversário da cidade. Porque eu não sei. Não vi em nenhum momento alguem apresentar as justificativas dessa mudança.
Alguém pode dizer: e o que isso importa? O importante é que foi bonita, que gostamos. Tudo bem, nao estou dizendo qual é a melhor se era as coisas como eram ou como estão. O que quero dizer é que deixamos de fazer do nosso modo para fazer do modo dos outros, imitando.
Esse tipo de mudança, onde imitamos os outros e deixamos o que é nosso de lado, traz para uma sociedade a sua perda de identidade. Isso implica numa perca cultural, numa desvalorização das tradições de um povo.
Alguns pontos que podem gerar uma mudança dessa natureza?
- Uma vontde de mudar
- Falta de conhecimento do passado
- Desvalorização do passado, dizendo que o passando nao estava com nada
- Falta de criatividade e originalidade
- Programação conduzidas por terceiro (estrangeiros, pessoas de fora) que não conhecem a historia cultural do local
- Desvalorização das tradições
- Valorização de outro tipo de cultura - "o chic sempre vem de fora". A cultura popular, a cultura cabocla é relegada a segunda categoria.
Depois, continuei: vou continuar escrevendo no meu blog. É preciso que se faça ouvir de uma ou de outra maneira. Abrir espaços de discurssões, convidar pessoas que viveram em tempo e espaços diferentes e ouvir essas pessoas.
- Agora,chegar de fora e achar que tem que ser do seu modo...
- Não quero dizer que o de fora não tem valor, muito pelo contrario!
Estive presente no último dia da festa e vi como se pode fazer uma festa quando se tem nas mãos os meios de comunicações, o dinheiro e o poder.
A festa estava bonita é preciso reconhecer, o espaço é bom, mas, ainda falta valorizar mais a cultura coariense e o povo. Para isso se faz necessário abrir espaços de dialógo.
A pior coisa é ficar partindo para o ataque na forma de pressão. Quem está liderando algo, precisa aprender a ouvir. Ainda mais quando esta sendo pago por aqueles que gostariam de dar uma palavra diferente.