Heróis sem glória
Cineasta procura apoio para resgatar a história e a dignidade dos Soldados da Borracha que vieram à Amazônia nos anos 40
Nas sinuosas batalhas pela ocupação da Amazônia, há soldados amados ou não. Um grupo deles é singular. Dos 60 mil nordestinos que marcharam para a floresta, na década de 40, aperreados pela seca e iludidos por Getúlio Vargas, metade foi subtraída pela hiléia. Os demais passaram o que lhes restava de vida emoldurando uma glória que não veio, lustrando o passado puído como quem canta e embala um filho natimorto.
Dos soldados da borracha, tropa de flagelados incumbida de prover os aliados de matéria-prima necessária à guerra - por obra e graça de um acordo com Tio Sam -, resta pouca memória, algumas dezenas de relatos, a amargura dos remanescentes e a ferida viva da História, ainda em tempo de ser cutucada
O saldo dessa aventura desumana demonstra que a guerra pela sobrevivência na selva, a serviço de um ideal de que não compartilhavam, conseguiu, para os soldados brasileiros, armados ou não, ser mais cruel que as vias de fato em território inimigo. Leia+
Esse será um trabalho valioso para a recuperação da nossa história. Foram muitos dos nossos parentes que vieram do Nordeste e nos seringias da Amazônia deram sua vida, enquanto isso nas cidades de Belém e Manaus, uns poucos gozavam a vida com o dinheiro escorrido do leite das seringueiras e do sangue dos seringueiros.
Nas sinuosas batalhas pela ocupação da Amazônia, há soldados amados ou não. Um grupo deles é singular. Dos 60 mil nordestinos que marcharam para a floresta, na década de 40, aperreados pela seca e iludidos por Getúlio Vargas, metade foi subtraída pela hiléia. Os demais passaram o que lhes restava de vida emoldurando uma glória que não veio, lustrando o passado puído como quem canta e embala um filho natimorto.
Dos soldados da borracha, tropa de flagelados incumbida de prover os aliados de matéria-prima necessária à guerra - por obra e graça de um acordo com Tio Sam -, resta pouca memória, algumas dezenas de relatos, a amargura dos remanescentes e a ferida viva da História, ainda em tempo de ser cutucada
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Esse será um trabalho valioso para a recuperação da nossa história. Foram muitos dos nossos parentes que vieram do Nordeste e nos seringias da Amazônia deram sua vida, enquanto isso nas cidades de Belém e Manaus, uns poucos gozavam a vida com o dinheiro escorrido do leite das seringueiras e do sangue dos seringueiros.