Coaripolis

segunda-feira, abril 11, 2005

"Há cerca de cinco anos, um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), vem pioneiramente desenvolvendo um trabalho científico sobre alguns dos mais importantes recursos pesqueiros da Amazônia.
De acordo com a pesquisa, o ciclo de vida e de migração desses peixes engloga uma área geográfica que inclui cinco países da América Latina: Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia e Venezuela. Neste último, essas espécies ocorrem na bacia do Orinoco."A hipótese, sugerida por outros autores sobre o ciclo de vida, é que esses peixes são capazes de nadar, em média, 5 mil quilômetros para realizarem sua migração que vai desde as cabeceiras dos afluentes do rio Solimões/Amazonas (a maioria em territórios internacionais), onde se reproduzem e nascem, até o estuário Amazônico no Pará. Temos o objetivo pioneiro de entender esse ciclo de vida, através da caracterização e identificação de estoques pesqueiros, sob o ponto de vista genético, utilizando marcadores moleculares como sequências de DNA".
Está dando a entender que os estudiosos da Amazônia não estão se entendendo. Enquanto um grupo tenta resgatar os conhecimentos seculares da Amazônia, como aconteceu no encontro, onde se discurtiu os mecanismos legais para a proteção dos conhecimentos tradicionais, acontecido outro dia em Manaus. Outro grupo como é o caso dos pesquisadores do INPA, veja a notícia acima; além de não procurar se utilizar desse conhecimento, parece, que até o ignora.
Com absoluta certeza se eles (os pesquisadores) tivessem conversado com ribeirinhos e índios habitantes na calha dos rios pesquisados sobre os assuntos: migração dos peixes, suas cadeias de vida, reprodução, cadeia alimentar; teriam tidos todas as informações necessárias, e quem sabe mais ainda.
Seria uma economia de tempo e dinheiro. Não tem na Amazônia quem entenda mais de peixes do que nossos índios e ribeirinhos. A vida deles é isso, pesca. ou melhor, vivem a vida de pesca. Conversar com pequenos pescadores, os de linha, arpão, os que viajam nos barcos de pesca (os famosos geladores ou basco pesqueiro).
A comunidade científica tem que aprender mais de quem sabe. Caso contrário coloque dinheiro e tempo gasto nos laboratórios e nos rios.