Anapu vive em clima de guerra
Autoridades do Governo Federal estiveram em Anapu prometendo soluções
Autoridades do Governo Federal estiveram em Anapu prometendo soluções
Seis meses depois do assassinato da missionária americana Dorothy Stang, o Município de Anapu (PA), vive dias de 'paz armada'. Grileiros, madeireiros e trabalhadores rurais armam-se, esperando um conflito que pode estourar a qualquer momento. Isso porque, até agora, as promessas feitas pelo Governo Lula de efetivar os Programas de Desenvolvimento Sustentável (PDS), ainda não saíram do papel. Enquanto as ações não são efetivadas, madeireiros fazem retirada de madeira dos PDS durante à noite.
Hoje, o procurador da República Felício Pontes vai-se reunir com cerca de 800 agricultores para ouvir as reivindicações da categoria. Na pauta, a cobrança pelo georeferenciamento, uma das promessas feitas pelo Governo no sentido de regularizar todas as terras de Anapu. Pelo menos 60% das terras do município pertencem à União.
Pontes afirma que o anúncio da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte contribuiu para o acirramento dos conflitos. Segundo ele, a população do município triplicou depois do anúncio feito ainda no Governo de Fernando Henrique Carodoso. "O clima aqui está falsamente tranqüilo, porque os governos, tanto estadual como federal não têm pulso", diz o padre José Amaro, um dos principais seguidores da ideologia de Dorothy Stang.