Os mistérios do mundo amazônico
Nós amazônidas que vivemos nesse imenso mundo de massa aquática e de enorme floresta, mais uma vez vamos ficar sem entender. Estamos passando de uma grande seca para uma enorme cheia!
Volume de chuva pode superar média este mês
Cheia pode ser recorde
Nós amazônidas que vivemos nesse imenso mundo de massa aquática e de enorme floresta, mais uma vez vamos ficar sem entender. Estamos passando de uma grande seca para uma enorme cheia!
Volume de chuva pode superar média este mês
Em 13 dias, já choveu mais da metade da média esperada pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) para o mês de fevereiro em Manaus, de acordo com o meteorologista Everaldo de Souza. A soma de 12 dias de precipitação neste mês (apenas não choveu no dia 5 de fevereiro) é de 170 milímetros. Os dados do Sistema Geológico do Brasil (CPRM) indicam que as chuvas deste mês já superaram o total precipitado também na primeira quinzena de fevereiro do ano passado.
Em fevereiro, o acúmulo médio de chuvas é de 150 mm a 300 mm. “Está chovendo bastante este mês, mas já esperávamos por isso. A previsão para o final do mês de fevereiro é de uma precipitação dentro do normal a ligeiramente acima dele”, afirmou Souza.
Caso a previsão dos meteorologistas do Sipam se concretize, o total precipitado deverá superar a média prevista para este mês, a exemplo de fevereiro de 2005, quando choveu 340 mm.
De acordo com Souza, o regime de chuvas começou a se regularizar em todo o Estado na segunda quinzena de outubro, após um período de estiagem, que já durava dez meses. “A seca se agravou em setembro, mas as chuvas eram escassas desde o início do ano”, afirmou.
Cheia pode ser recorde
A regularização do regime de chuvas e a precipitação intensa, principalmente no início do mês de fevereiro, fizeram com que o nível de rios como o Negro e Solimões subisse cerca de dez metros em menos de quatro meses. É o que afirma o engenheiro hidrólogo do CPRM, Daniel de Oliveira. O pico da cheia acontece, segundo Oliveira, no mês de junho em 76% dos anos. O rio Negro, que registrou a sétima maior vazante em setembro do ano passado, já subiu 9,96 metros desde então, superando, em quase um metro, o nível registrado em 13 de fevereiro de 1953, ano em que aconteceu a sua maior cheia. “Não significa dizer que a cheia desse ano vai ser a maior da história. Ainda é muito cedo para esse tipo de previsão. O maior nível registrado no dia 13 de fevereiro foi em 1923 e, entretanto, o pico da cheia não foi dos maiores registrados”, explicou Oliveira.