Coaripolis

sexta-feira, outubro 06, 2006

Ari e Adail investigados
A Corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) começou a investigar o vereador Ari Moutinho (PMDB), o prefeito de Coari (a 370 quilômetros de Manaus), Adail Pinheiro (PPS), e o vice-prefeito do município Rodrigo Alves da Costa (PP), por crime de compra de voto nas eleições 2006.
O corregedor eleitoral, desembargador Jovaldo dos Santos Aguiar, disse, ontem, que já determinou a notificação dos três acusados. Eles tem cinco dias para apresentar suas respectivas defesas, de acordo com a assessoria da Corregedoria do TRE.
A investigação foi aberta por solicitação do Ministério Público Federal (MPF), que ingressou com ação neste sentido, em 30 de setembro. O MPF quer que a Justiça Eleitoral apure as responsabilidades de Ari Moutinho, Adail Pinheiro e Rodrigo Alves em esquema de compra de votos no interior do Estado.
Ari Moutinho foi candidato a deputado federal, enquanto Rodrigo Alves tentou vaga no Legislativo Estadual, no último pleito. Ambos não foram eleitos para os respectivos cargos disputados. Porém, o político do PMDB ficou com a primeira suplência de sua coligação para a Câmara Federal. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) foi pedida pelo MPF depois que Ari Moutinho, Adail Pinheiro e Rodrigo Alves foram detidos com R$ 212.550, ao desembarcar em Tefé (a 525 quilômetros de Manaus), em 28 de setembro, três dias antes da eleição de 1º de outubro. O valor apreendido foi encontrado separado em pacotes com cédulas de R$ 50 e R$ 100 em duas malas.
A Polícia Federal (PF) chegou ao dinheiro a partir de informações repassadas por determinação da juíza da 9ª Zona Eleitoral, Sabrina Cumba Ferreira. Ela foi informada da existência de um plano de derrame de dinheiro para compra de votos em Tefé por meio do funcionário do cartório eleitoral de município, Lurinei de Souza Oliveira.
Ele descobriu o esquema após ouvir populares comentar que uma aeronave "lotada de dinheiro" proveniente de Coari chegaria naquele dia a Tefé. A grana seria usada na compra de votos de eleitores do município.
Em seu embasamento no pedido da AIJE, o MPF afirma que mesmo não tendo sido presos em flagrante distribuindo dinheiro, Ari Moutinho e Adail Pinheiro têm ligações com o caso porque estavam na mesma aeronave que transportou o valor a ser usado no crime eleitoral.
O MPF alega que os dois políticos não podem negar que desconheciam a existência do dinheiro na aeronave uma vez que o policial militar que fazia a segurança do dinheiro acompanhava o vereador Ari Moutinho, conforme o próprio PM ao agente da PF que o abordou no momento da apreensão do dinheiro.
"O simples fato de o prefeito e o vereador Ari Moutinho não estarem portando consigo quantidade fora do normal de dinheiro não elide suas responsabilidades, pois todos estavam trazendo na mesma aeronave aquela quantia, com prévia ciência e unidades de desígnio, sendo significativo que não se tratava de vôo regular, mas de aeronave fretada com esse fim", diz trecho do pedido do MPF.
The bodó in the mud
Resultados finais
Dois nomes de candidatos merecem destaque: o deputado Balieiro e o Ari Prodent Moutinho., que receberam também estrondosa votação. Balieiro encaçapou três patinhos na lagoa – 222 votos. Seu principal cabo eleitoral, Arnaldo Gugu, justificou: “Cinco anos como juiz, uma gorda aposentadoria sem trabalhar e o Tribunal de Contas para não fazer nada, fora o lance da facada na bunda e coisa e tal”.
Novos nomes que não constavam nos turnos anteriores apareceram, alguns com votação surpreendente. Entre eles estão Adail Pinheiro e Rodrigo Costa, prefeito e vice-prefeito de Coari, Nelson Azedo, Isper Abrahim e Carijó. Rodrigo Costa foi beneficiado pela notícia de que ele e Ari Moutinho estavam com dólares dentro da cueca em um avião no rumo de Tefé. Isper pela Operação Albatroz e o Adail, bem gente, o Adail, né, é o Adail. E daí?
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