Coaripolis

quarta-feira, março 14, 2007

Fazenda Esperança II
Esta obra social que cresce a cada dia tem feito um bem enorme para os jovens dependentes de drogas. Apesar de crescer em grande velocidade, também aumenta a cada dia a juventude que entra nesse mundo das drogas.
Em Coari já me perguntaram quando vamos abrir uma Fazenda Esperança. Digo que não sei. Esse pedido é um sinal de como o mundo da droga cresce na cidade.
Por um lado são os jovens que vivem cada vez mais de forma vazia, festas, sexo e bebidas, até que um dia essa receita cansa e dentro de si o buraco é aberto. O espaço para as drogas chega.
As vezes ela é parte da receita, festas, sexo, bebidas e drogas, é um coquetel sem o qual a curtição não existe.
Por outro lado são os traficantes a viverem desse negócio, que de fato está se tornando um negócio como qualquer outro, um comércio, um mercadinho ou um supermercado. Todos sabem quem são eles, onde eles estão, mas, são intocáveis.
É um negócio, uma máfia complexa, onde há teias de relacionamentos dos mais diversos possíveis.
Cada dia eles diversificam seus investimentos, uma forma de lavar o dinheiro, nesses últimos anos já não se contentam em investir só naqueles que tecem os meandros da lei, como também nos outros poderes que regem o modo de ser da estrutura que comanda.
A fazenda esperança trata do que sobra, jovens com a vida em pedaços, resultado dos milhões envolvidos nesse negócio que envolve tanta gente.
Só fazer uma Fazenda Esperança em Coari não basta, talvez os traficantes vão rir de quem tomar essa iniciativa. É preciso uma ação muito maior que envolva o legislativo, o executivo e o judiciário e contasse com uma ação de toda a sociedade. Quem sabe assim poderia dar uma melhorada!
Obs.: O desenho da foto mostra a maquete da Capela de Frei Galvão que está na Primeira Fazenda Esperança, a que o Papa irá quando vir ao Brasil.