Coaripolis

sábado, abril 02, 2005

O Papa e o Teclado Italiano
Hoje é dificil ficar em casa, Roma pede caminhada; principalmente pela Praça São Pedro. Por isso estou postando de um computador pela cidade, não espere os sinais mais comuns da língua portuguesa. A praça do Estado do Vaticano, está transformada no "útero do mundo", gente de toda parte. Jornalistas se atrapalham com seus equipamentos e se aproximar deles é sentir como o mundo é diferente. Muita gente rezando, como Deus é poliglota deve entender toda essa linguagem.
Há exatamente um ano atrás por ocasião dos 70 anos do Pontificio Colegio Pio Brasileiro, onde nós padres diocesamos do Brasil moramos, participei de uma audiência com o Papa João Paulo II. Era um dia ensolarado como o de hoje, em plena primavera. Emprestei um terno, pois, era necessário está com veste propria para poder ter entrada na audiência. E lá fomos nós, 120 padres.
Chegando na área de espera encontrei a Lurdinha que é a reportér corresponde da TV Canção Nova. Ficamos matando tempo, enquanto ela me contava as novidades do Brasil, visto que tinha acabado de chegar de lá. Depois de um bom chá de cadeira, chegou o comunicado para entramos. E vamos nós, atravessando salas, salões, pequenas praças e subindo escadas. Até parecia que o Estado do Vaticano era enorme, por fim entramos numa sala espaçosa com cadeiras para mais ou menos cento e sessenta pessoas.
A sala era decorada com pinturas, tanto nas paredes como no teto, onde havia uma cena do Jardim do Edén muito parecida com a floresta amazônica. A imaginação voava fazendo uma associaçáo entre a beleza da nossa floresta e a daquela pintura. As lembranças foram afastadas pelo anúncio de que o Papa estava chegando.
Lá vinha ele em sua cadeira de rodas guiada por um dos seus seguranças, ia entrando e nos cantando "A bençao Joao de Deus", a emoçao era grande, as lagrimas marejando os olhos.
E tudo começou com uma apresentaçao feita pelo nosso secretario, falando do Colégio e do Brasil em seguida foi a vez do Papa, falando em um português arrastado, mas, conseguiu dar o seu recado. Nos deu a bênção comum e depois fomos um a um receber a bênção individual.
No final fez uma oração, cantamos juntos o Benedictus e ele saiu. Na vinda, vinha fazendo um caminho onde passaria perto de mim. Sua cadeira a passo de Jabuti se aproximava e quando chegou bem perto passei minha mão sobre a sua num gesto de carinho, até hoje muito marcado nas minhas lembranças.
Hoje estou por aqui nos arredores da Praça São Pedro, tentando esse post num teclado italiano e rezando pela sua saúde, comigo, milhares de pessoas.
A Bênção João de Deus!