Coaripolis

quinta-feira, maio 12, 2005

Escravidão... até quando?



Por muitos anos no Brasil se praticou a escravidão. Nossos irmãos negros vindos da Mãe África eram submetidos a trabalhos forçados, desumano. Quem não fizesse o que lhe era mandado fazer; sofria os piores castigos, castração, dentes destruídos a marteladas, olhos furados, queimaduras por ferro em brasa. Alguns eram até emparedados, atirados, às caldeiradas ou passados em moendas. Às negras que não queriam parir, amputavam-se-lhes os seios, ou recebiam coices na barriga. Às vezes, passavam mel em seus corpos, pendurando-os em árvores, deixando-os expostos aos mosquitos e às formigas. Como ditava a lei, o escravo não se distinguia de um animal.
Em 13 de maio de 1888 o Brasil aboliu a escravidão. Na verdade quem era escravo continuou escravo. Ser humano sem casa, terra, trabalho, educação e nem um outro tipo de patrimônio, negro e pobre, o que poderia ser? Escravo... o que mudou foi a forma. Empregados em engenhos e fazendas, ganhando salários de misérias, voltavam a ser escravos dos seus patrões.
A história da Escravidão na Amazônia teve começo no século XVI com a chegada dos Europeus e não se sabe quando terá fim. Os índios, primeiros habitantes da floresta tinham transformado o seu ambiente de vida em paraíso e nele tinham se adaptado, o trabalho era para o necessário e não para o acúmulo; o mais importante era o bem estar, a arte, a dança, a beleza; o viver em plenitude. Tudo acabou com a chegada da 'Espada e da Cruz'.
No final do século XIX, nordestinos foram para os locais mais distantes da Amazônia, que viveram na floresta o inverno verde. Longe de qualquer aparente "civilização", eram escravos antes de chegar aos seringais e por mais que trabalhassem, nunca conseguiam saldar o que deviam. Qualquer sinal de fuga ou organização eram coargidos com métodos cruéis: tiras da costa, surra com banho de sal, amarrar em troncos e soltar nos rios, desovar e até atear fogo. Foram décadas de escravidão.
Esses dias somos surpreendidos com a notícia de que o foco da exploração de mão-de-obra escrava no Brasil está no arco de desenvolvimento econômico da Amazônia. E isso é novidade? Alguma vez já fomos livres? Se levarmos em conta que na Amazônia as maiores empregadoras são as prefeituras, como pensar em liberdade quando não podemos pensar diferente? Como pensar em liberdade quando não podemos expressar o que pensamos?
Liberdade se conquista e ainda pagaremos um preço muito alto até que conquistemos a liberdade na Amazônia!