Coaripolis

sexta-feira, outubro 07, 2005

Fluxo de petróleo muda no Solimões
Baixo nível do principal formador do Amazonas faz Transpetro restringir navegação de petroleiros entre Coari e Manaus
A Transpetro, subsidiária da Petrobrás responsável pelo transporte de petróleo, foi obrigada a restringir o tráfego de petroleiros na região amazônica em razão do baixo nível do Rio Solimões que, junto com o Rio Negro, é o principal formador do Amazonas. Giovanni Cavalcante Paiva, gerente da Transpetro Norte, informou que a mudança da operação logística necessária ao abastecimento da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), localizada em Manaus, gerou um custo 50% maior que o normal. A empresa gerencia frota própria e fretada para o transporte de petróleo e GLP do Terminal de Coari (instalado às margens do Solimões) ao de Manaus. Todo o volume que chega a Coari é produzido na bacia petrolífera de Urucu. Por dia, são produzidos entre 6,5 mil a 7 mil m³ de petróleo e 1,5 mil tonelada de GLP. A primeira parte da logística de 280 quilômetros é feita por dutos. Mas a baixa vazão do Solimões obrigou a Transpetro a dividir em duas etapas o transporte entre Coari e Manaus, trecho de 390 quilômetros. A empresa ampliou o número de balsas de 3 para 5. Os comboios de barcaças, que conseguem passar em canais de navegação mais rasos, trafegam 100 quilômetros até a região de Codajás, onde ocorre o transbordo do óleo bruto para os petroleiros que levam o produto por mais 290 quilômetros até o terminal de Manaus. Neste trecho, o nível do rio alcança 7,5 metros de profundidade. Os navios precisam de 12 metros para navegarem com segurança.
“Para garantir o fluxo, fretamos outro navio petroleiro para fazer este trajeto. O custo será maior, mas teremos como garantir o abastecimento da refinaria”, diz Paiva. A Reman processa 42 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a 7 mil m³ diários. A expectativa da Transpetro é que a operação especial seja mantida pelo menos até o final deste mês.
De acordo com Paiva, a queda do nível do Solimões perdeu velocidade. “Em agosto, tivemos queda do nível de até 30 centímetros por dia. Nesta semana, a redução é de apenas 3 centímetros por dia. A tendência é que se estabilize e haja alguma recuperação a partir de agora”, afirma. Como nos demais rios amazônicos, as chuvas e o degelo na Cordilheira dos Andes são as principais fontes para enchimento da Bacia Amazônica.