Coaripolis

sábado, outubro 01, 2005

Naufrágio comove Parintins
A terra do boi-bumbá amanheceu ontem em estado de comoção. O terror da tragédia vivida pelos parintinenses que estavam no barco Almirante Sergimar, que naufragou próximo ao Município de Urucurituba, depois de colidir com duas balsas, deixou famílias traumatizadas. Eram 12h32 quando foram transladados os primeiros corpos, em um helicóptero da Marinha, até o aeroporto municipal de Parintins, Júlio Belém.
O Instituto Médico Legal (IML) do Hospital Regional Jofre Cohen identificou sete corpos, dos oito que aguardavam serem reconhecidos pelos parentes. Os óbitos confirmados foram de Geny Batista, 24; Daniele Paulain, 17, que era a esposa do comandante do barco e que estava grávida de quatro meses; Leonice Guimarães Silva, 75; o tricicleiro Miguel Gomes da Silva; Maria do Socorro Nogueira; Rosicleia Rodrigues e Durval Melo Guimarães. O corpo de uma mulher morena, que também estava grávida, não havia sido identificado até o fechamento desta edição. Aproximadamente 12 pessoas ainda estão desaparecidas, e 40 foram resgatadas com vida.
Em frente ao IML, uma multidão acompanhou a identificação dos corpos.O parintinense Paulo Junior, um dos sobreviventes, que conseguiu chegar até Itacoatiara, contou por telefone que o comandante da embarcação havia passado o leme do barco para um tripulante, quando aconteceu a colisão.
O prefeito de Parintins, Bi Garcia informou que a Prefeitura disponibilizou cinco lanças rápidas para socorrer as vítimas da tragédia e mobilizou os serviços das Secretarias de Saúde e Ação Social para amparar as famílias envolvidas na tragédia. "Hoje é um dia muito triste para Parintins. Eu lamento esse episódio que abalou famílias amazonenses e também do Estado do Pará", comentou o prefeito, que seguiu de avião com o secretário de Saúde, Francisco Tussolini, ontem à tarde, para a área do acidente.
Os familiares das vítimas buscavam amparo ao telefone e aguardavam informações por meio das emissoras de rádio sobre os parentes que estavam desaparecidos. A senhora Rosalina Castro de Souza, que reside na rua Nakauth, bairro de Santa Clara, era o retrato da tristeza. O sobrinho dela, David, de apenas quatro anos, estava desaparecido.