Comércio de carne motiva tráfico de animais silvestres na Amazônia
A maior parte dos animais recolhidos ao Núcleo de Fauna Silvestre do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Amazonas em 2005 eram principalmente quelônios (tartarugas e tracajás) e jacarés, cuja carne é muito apreciada na região.
A informação ajuda a desfazer a crença de que colecionadores são os principais vilões na caça aos animais da Amazônia, mas pode reforçar a idéia de que o Ibama desfaz hábitos alimentares pertencentes a cultura do caboclo da região.
"A gente não apreende um tracajá que vai saciar a fome do ribeirinho, porque a lei ambiental garante a ele o direito de retirar seu sustento da natureza. O que não pode é transportar ou comercializar a carne desses animais sem permissão", disse o responsável pelo núcleo, João Duarte.
Segundo ele, os únicos animais silvestres que podem ser vendidos são os que provêm de cativeiros autorizados pelo Ibama. Mais da metade dos animais recolhidos (456) já foi devolvida à floresta.
Uma parte significativa (236) está em criadouros destinados à pesquisa científica. Sete foram para o zoológico e o restante está em cativeiros autorizados pelo Ibama.