Itapéua
Semana passada estive no Itapéua, vila que está um pouco abaixo de Coari, as margens do rio solimões. Era um dia quente, colocava a mão para fora do carro na tentativa de sentir o vento e que ele entrasse até o meu rosto, assim sentia o sabor do cheiro de mato verde.
A vila consiste em duas ruas, estão em forma de balão, apesar de poucas ruas, elas são bem esburacadas e com o mato cobrindo um pouco do meio fio. Entrei pela segunda rua e parei no seu final, perto de uma árvore, onde tinha um banco. Sentei no banco à sombra da árvore, logo veio um casal de idosos conversar.
Perguntei - e aí, como anda a vida?
Eles - bem
Eu - parece que a vida mudou por aqui
Eles - é... muito
Eu - tudo calçado
Eles - É o prefeito mando mandou fazer isso, casas, tem escola... só não tem dinheiro... emprego
Eu - com os meus botões: na certa devem está esperando o prefeito dar empregos e dinheiro!
Alguns anos atrás a população dessa vila vivia da roça, de frutas, da pescaria, da madeira; hoje toda a esperctativa do sustento é jogado sobre a prefeitura, mãe-pai prefeitura.
Alguns recebem cem reais todos os meses. Trabalhar para quê?
Será que é boa essa mudança de perspectiva econômica de ter seu próprio sustento ou a de esperar tudo da prefeitura? Deixo aqui para você leitor tirar suas conclusões... faça seu comentário!!!
Um detalhe muito importante que está aí na foto é que quase todas as casas tem antena parabólica. Fato que falta gente para analisar como a televisão influencia numa vila no centro do Estado do Amazonas... um bom causo de estudos.
Segundo o dicionário Aurélio, a Palavra Itapéua vem do Tupi e sugnifica: arvoreta da família das mirtáceas, peculiar a caatinga baiana.