Coaripolis

quinta-feira, abril 26, 2007

Festa do Açaí
Começou hoje a Festa do Açaí de Codajás, a pacata cidade deve ficar mais animada nesse fim de semana. Esta, como várias festas pelo interior do Amazonas nasceram com a intenção de dar uma turbinada no turismo dos municípios do Estado, seguindo a onda de Parintis.
A onda não pegou.
O principal motivo foi o vazio cultural que esse tipo de festa tem apresentado. Tirando uma ou outra apresentação regional ou nacional o que sobra é cerveja e sexo. Para isso basta chegar até Manaus.
As festas começaram aí pelo início da década de noventa.
Entre 93 e 95 eu estava em Codajás. Na festa cultural do açaí, na época era assim que se chamava; ganhei o primeiro lugar no concurso de poesia da festa com a poesia:
Açaí a cor do sangue
Açaí de ti roubo a vida
a força para meu corpo
És sustento do dia-a-dia
o pão de meus filhos.
És mais e do que isso
és o desejo de ter o que não tenho
me fazes ser o que não sou
és o sonho buscado na esperança de quem não tem sonho e nem espernça de tê-lo.
Açaí, tu me roubas a vida
tu me roubas o sono
me roubas do gozo,
do gozo da mulher amada...
e me põe na estrada.
Açaí, tu me roubas o corpo
caleja meus pés... minhas mãos
me aranhas o peito, tatuando meu corpo
e num gesto excitante marca-ma a alma.
Açaí, tu me levas aos outros
que me enganam no litro
roubam-me no troco
exploram-me
levam-me a esperança
arrancam os meus sonhos.
Recomeço
É vida
É trabalho
É suor
É sangue... que é da tua cor.