Municípios podem ficar sem ramais para gás
Os municípios por onde passará o gasoduto Coari-Manaus poderão ficar sem ramais para distribuição local de gás natural. A Petrobras informou, por meio de nota à imprensa, que abriu mão da participação acionária na Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), de modo que não será mais responsável pela construção dos ramais no interior. Apenas os ramais de Aparecida e Mauá continuam sob a responsabilidade da estatal, segundo a nota.
A construção dos ramais no interior não estava prevista no projeto inicial da Petrobras. Porém, durante as audiências públicas realizadas no ano passado para discutir o empreendimento, a população dos municípios afetados pela obra mostraram interesse na distribuição local do gás.
Governo do Estado e Petrobras concordaram, então, em incluir os ramais no projeto, mediante acerto econômico que seria discutido entre ambos. Tal acerto não se concretizou. A estatal argumenta que as condições propostas pela Cigás seriam inviáveis do ponto de vista econômico. Para viabilizar a venda de 21% de sua participação societária à Petrobras, a Cigás propôs, como condição prévia, a concessão de um empréstimo de US$ 60 milhões por parte da estatal.
Se não concordasse, a Petrobras deveria, entre outras condições, construir ramais de transporte de gás até três pontos adicionais de distribuição que seriam definidos pela Manaus Energia. As unidades deveriam ser entregues à Cigás após dois anos de operação.
A Petrobras, por sua vez, só aceitaria construir os ramais de derivação em Manaus e transferi-los à Cigás se sua remuneração pelo investimento fosse de 91% da margem de lucro da companhia amazonense pelo período de 20 anos. O Governo não aceitou.A Agência de Comunicação do Governo do Estado (Agecom), informou que, por enquanto, o Governo não vai se posicionar sobre o assunto.