Coaripolis

terça-feira, março 21, 2006

A arte pede passagens
A arte é capaz de transpor fronteiras com facilidade, mas os artistas que a produzem freqüentemente ficam no meio do caminho por falta de recursos ou de incentivo. Pois os artistas plásticos Noé Costa, Nonato Cruz, Noleto, Homero Amazonas e Olivença resolveram se unir para mudar esse quadro. Convidados a fazer uma exposição de suas obras na Basiléia, na Suíça, no mês de setembro, eles buscam patrocínio para viajar com seus quadros para o país europeu.
"Precisamos conseguir as passagens e recursos para os gastos com transporte, hospedagem, estadia e alimentação", explica Noé, que forma com os demais colegas o grupo NNNHO-Amazonas, criado justamente com o intuito de buscar patrocinadores e apoios culturais. Até agora, acrescenta o artista, o que o grupo tem de "concreto" é "uma promessa do secretário estadual de Cultura (Robério Braga) de nos oferecer as passagens".Noé, Noleto, Nonato, Homero e Olivença tiveram seus trabalhos escolhidos pelo galerista e organizador de eventos Dirk Hennrich, que esteve no Amazonas no ano passado. O objetivo era selecionar artistas com obras de caráter essencialmente amazônico.
E esse caráter pode ser facilmente notado nas obras dos cinco artistas, a despeito de seus diferentes estilos e técnicas. Seja no trabalho cubista de Olivença ou na obra naturalista e impressionista de Noé, os elementos regionais aparecem em evidência. Cada um dos nomes escolhidos levará 15 trabalhos inéditos à mostra, no Centro Cultural da Língua Portuguesa Brasileira Basiléia.
O evento será divulgado na Suíça pela jornalista Arlete Kaufmann, responsável pela assessoria de comunicação do centro.A arte brasileira, e a amazônica em especial, por seu exotismo, são muito apreciadas na Europa. Na visão dos integrantes do NNNHO, a exibição na Suíça será uma de abrir mais portas para os artistas no mercado europeu. Mais além, eles enxergam ainda uma oportunidade de também divulgar a cultura da região no Velho Mundo. "É uma honra nós, artistas amazonenses, podermos mostrar o que a Amazônia tem de particular. É isso que vamos retratar em nossa pintura", afirma Olivença, que, oriundo do interior do Estado, crê ainda que a iniciativa poderá dar mais impulso aos artistas distantes da capital.