Conferência destaca necessidade de proteção a conhecimentos tradicionais
A definição de um regime internacional de repartição dos benefícios resultantes do acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados é o principal desafio dos 187 países e da Comunidade Européia que estão representados na 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8).
A avaliação foi feita pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na abertura da conferência, ontem(20), em Curitiba. Segundo a ministra, que preside a conferência, este é o terceiro objetivo geral da convenção e o que teve menos resultados nos últimos 14 anos. Ainda hoje, parte das 6 mil pessoas que participam da COP-8 devem começar a discutir o tema em um grupo de trabalho.
O secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), Ahmed Djoghlaf, também destacou, em seu discurso, a proteção aos conhecimentos tradicionais de comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas.
"Eu dou especial importância à relação entre natureza e cultura. Em Madagascar, o uso de uma planta aumentou em 80% a sobrevida de crianças com câncer. E quem descobriu isso foram as comunidades locais", disse ele.
A conferência reúne os 187 países signatários da convenção, além da Comunidade Européia. Em Curitiba, até o próximo dia 31, 6 mil representantes desses países participam dos debates e das negociações. As decisões são tomadas apenas por consenso.