Nós coarienses... e a malária!
A partir dos resultados de uma pesquisa de campo de quase um ano em Coari, município a 370 quilômetros de Manaus, o Ministério da Saúde resolveu adotar a partir de julho um medicamento já usado para tratar a malária na África e Ásia, o Coartem. A droga não é indicada para todo tipo de malária, apenas para a mais grave, a falcípara, antes tratada pelo secular quinino e seus fortes efeitos colaterais.
"Eu peguei para mais de dez malárias e sempre achei que os enjôos, o mal-estar e todos os efeitos colaterais do quinino eram piores que a doença", atesta o agricultor Cordovan Araújo Braga, de 44 anos, uma das 300 "cobaias" humanas de Coari. O município foi escolhido por ser uma das áreas endêmicas da doença no Amazonas.
Cordovan mora em uma comunidade rural de Coari, à beira do Lago Mamiá, um criadouro do mosquito da malária, o Anopheles. "Aqui, só mesmo o gado, os gatos e os cachorros nunca pegaram malária", conta o agricultor. Sua mulher já teve malária seis vezes, a filha Julienne, de oito anos, três. Seus filhos de criação também têm, todos, pelo menos duas malárias no currículo. Leia mais.