Coaripolis

quarta-feira, abril 13, 2005

"Água é vida, não pode ser vendida"
Falando de água a revista "Caderno do Ceas" de novembro-dezenbro 2004 que tem como tema migrações, traz um artigo de Silvia Machado Ribeiro, "Água é vida, não pode ser vendida: Privatização da água e migração". Silvia fala da dificuldade que os migrantes enfrentam na periferia de Manaus para obter água. Eis os principais pontos:
Hoje já se ouve muito dizer que a água potável será o petróleo de um futuro não muito distante. Isso vai se constituindo na mais pura realidade em vários lugares do mundo, onde a água está se tornando escassa de forma assustadora. E é por se transformar num bem precioso e raro que se torna também motivo de discussão e disputa por sua posse.
De certa forma, o povo brasileiro poderá se sentir em condições priveligiadas por dispor da maior baica hídrica do mundo. Porém, mesmo no Amazonas, com o maior rio do mundo em volume d'água, a população sofre com sua falta e tem que pagar um alto preço por um bem que, antes de uso comem, encontra-se agora nas mãos de alguns.
Tão assustador quanto a escassez da água é saber que um bem tão precioso e cada vez mais raro no mundo está nas mãos de algumas pessoas e que estas possuem o direito de usufruir e ter lucros com um bem que é patrimônio da humanidade.
A cidade de Manaus está passando por um caos, com uma falta generalizada de água, especialmente os bairros de periferia. Os maiores prejudicados em toda esta situação são as famílias migrantes, que chegam na cidade e vão para as ocupações e periferias, lugares desprovidos de abastecimentos de água.