Coaripolis

domingo, junho 26, 2005

Os portugueses em Parintins



Ontem sai de Fátima e vir para Lisboa, gostaria mesmo era de está em Parintins onde o meu Caprichoso se gladeia com o "contrário". Eu do outro lado do planeta torcendo pelo Azul. A Ilha deve está fervendo, milhares de pessoas disputando o melhor lugar na arena dos bois e se divertindo; na verdade toda Parintins se torna um palco de dança, onde as cores azul e vermelha ganham espaço nas ruas e nos corpos suados nos embalos das toadas. Cada ritmo um movimento. Os de fora principalmente os estrangeiros a se encantar com a criatividade desse povo inovador no modo de fazer folclore, do modo de expressar uma cultura.
Não é de hoje que parintinenses encantam os estrangeiros, já no séculos XVII os portugueses que ali chegaram ficaram maravilhados com aquele povo tão diferente deles e tão artístico.
Hoje estou hospedado num Convento Carmelitano do Século XVIII no Centro de Lisboa. Os Carmelitas foram os primeiros europeus a chegarem em Parintins, a experimentar a força da arte dos tupinabaranas, na dança, no canto e nas pinturas dos corpos.
Em contrapartida ensinaram a beleza encantadora do arte européia, um outro estilo de ver o mundo, com seus conceitos, seu Deus, suas roupas e outros modos que foram se misturando, formando um mundo mesclado de duas culturas, onde o vermelho do urucu e o preto do genipapo se transformou em mil cores. E hoje marcadamente Azul e Vermelho.
A maior herança dos Carmelitas aos parintinenses foi sua padroeira N. S. do Carmo. Essa imagem aí ao lado é no Convento onde estou hospedado, vê-la de perto é mais encantadora ainda. Obra de arte do século XVIII.
Essa ordem religiosa teve papel fundamental na presença dos europeus no Brasil e especialmente na Amazônia, onde coordenaram diversos aldeamentos religiosos com a intenção de evangelizar-europeizar os indígenas, com as justificativas de que os índios precisavam ser civilizados.
Agora, resta pedir a padroeira de Parintins que o nosso, o meu Caprichoso esteja melhor e ganhe o festival.
Salve Nossa Senhora do Carmo!
Viva o Caprichoso!