Coaripolis

sexta-feira, abril 21, 2006

CEFET
Quarta passada a população coariense foi convidada através dos alto-falantes dos carros que fazem propaganda a participar do lançamento do projeto Cefet-Coari. A antiga Escola Técnica Federal, pois é, ela está se instalando na cidade.
A idéia era que os responsáveis apresentassem o projeto da Escola, logo em seguida abrir um diálogo entre os participantes para saber quais cursos seriam bons, cursos que ajudariam os jovens a se profissionalizarem, estarem preparados para o mercado de trabalho coariense.
A coisa não foi bem assim. O primeiro momento foi de falas de políticos, politiqueiros, puxas e aí a gente já sabe. Fazia tempo, muito tempo que eu não via tanta ovacionação (puxação de saco). Não coloco nomes, assim já estaria puxando o saco dos puxas.
Só depois do fala-fala sem muito sentido foi que começou a apresentação do CEFET. Lá pelo meio o pessoal começou a sair. A maioria era formada de alunos da Escola Municipal Agenor Smith que fica ao lado do local do encontro. Estavam ali como uma forma de matar aulas.
Quando o diretor da Escola terminou já era tarde, tinha poucas pessoas. Depois distribuiram um formulário para sondagem do mercado de trabalho coariense. O formulário tinha o foco nos empresários. Além disso a "clase empresarial de Coari" não estava presente. Se propôs que deixasse o formulário para ser entregue no outro dia. Penso que quase ninguém entregou.
Respondi o meu formulário da minha maneira... coloco aqui para vocês:
Pesquisa de Atividade Econômica Regional
Foram várias as iniciativas de atividades que buscaram atividades econômicas para o nosso regional. A história do desenvolvimento e ocupação do território na Amazônia é composta de inúmeros capítulos, cujas narrativas são muitas vezes trágicas. Os últimos capítulos dão conta dos anos 70 e 80, quando o governo militar (1964 – 1985) desenhou a economia política para o desenvolvimento regional fortemente atrelada aos interesses de atores nacionais e internacionais. Nessa etapa, a inserção da Amazônia ao Estado Nacional ocorreu qualitativamente diferente de outras conjunturas históricas, pois, para manter a região como parte do território nacional, foi necessário que as articulações da economia internacional a considerasse produtiva e viável.
Na Amazônia, a expansão do capitalismo foi impulsionada por inúmeros mega-projetos de desenvolvimento apoiados fundamentalmente pelo poder público federal, de maneira não apenas devastadora em suas estratégias de público federal, de maneira não apenas devastadora em suas estratégias de ocupação do território, mas, sobretudo, sem levar em consideração as especialidades e complexidades regionais nem dar importância às questões ambientais e sociais. Nesses longos 35 anos, os mega-projetos provocaram desordem ecológica e social.
O modelo econômico posto em ação na região ignorou e menosprezou historicamente a diversidade tanto dos inúmeros ecossistemas amazônicos quanto das populações amazônica. Observa-se, hoje, como resultado dessa dinâmica, o aumento da pressão sobre os recursos naturais explorados.
Diante desse quadro se faz necessário trabalhar bem a relação educação, trabalho e desenvolvimento. Construir uma educação que dê condições técnicas para que o jovem tenha condições de manipular o maior patrimônio da Amazônia que é a floresta. Ter capacidade técnica e sensibilidade para produzir “bens de consumo” que possam ser exportado para o Brasil e para o mundo. Esse tipo de educação permitirá ao jovem ter sua própria fonte de renda, sem está preocupado buscar sempre “emprego” na prefeitura. É necessário que saiamos da estrutura de cursos que só servirão para prestarmos serviços e criar cursos onde possamos produzir bens de consumo.
Para isso o jovem precisa ter muitas habilidades, desde a compreensão de determinadas cadeias de vida da floresta a como ser um empreendedor que responda as rápidas mudanças do mercado de trabalho. Saber se mover dentro do mundo micro que é Coari e dentro do mundo macro que é a economia globalizada.
Dois modelos de cursos poderiam ser implantados no CEFET- Coari. O primeiro seria de formar jovens com competências técnicas para construir riquezas com o patrimônio natural, mas, se preocupando com um foco mais abrangente, isto é, que tenham capacidades de:
· mover com o mundo da informática e da internet;
· compreender de mercados econômicos;
· formação de cooperativas e como funciona os créditos bancários;
· logística de vendas, distribuição e exportação de produtos.
O segundo seria em formar capital intelectual na área de “Criação Software”. Uma das áreas de maior geração de emprego, sem contar que o jovem fica totalmente independente e preparado para o mercado de trabalho. A título de exemplo, essa foi a maior jogada da Índia, um dos países que fez crescer sua economia baseado na produção de software.
Além das capacidades para mover as ferramentas necessárias para o desenvolvimento do trabalho em si; necessitaria também de desenvolver todas as habilidades acima citadas. Sem sombras de dúvidas essa é uma área que exige muita criatividade, será importante saber manusear os instrumentos técnicos próprios da área, também será de fundamental importância atividades que incentivem a criatividade. Para isso o mundo cultural artístico deve vir acompanhado das disciplinas técnicas.Com absoluta certeza o Cefet trará inúmeras coisas boas para a juventude coariense. Todos estão de parabéns.