Preservar é derrubar os mitos
Agrônomo propõe novas tecnologias, zoneamento ecológico, uma instância supraministerial e muito pé no chão para lidar com as várias Amazônias
Em 1637, o português Pedro Teixeira deu uma de louco. Juntou 70 barcos, quase 3 mil pessoas e decidiu subir o Amazonas até as nascentes para reconhecer o rio. O trajeto foi dificílimo, índios atacavam, a expedição foi ficando para trás. Mesmo assim Teixeira chegou a Quito, onde foi recebido com galhardia pelos espanhóis e logo em seguida expulso pela Real Audiência, que percebeu o perigo que era ter em suas plagas tal desbravador. O português, precavido que só, registrou toda a viagem. Fez três backups, fincou-se em Belém e ali, sob um marco com as quinas lusitanas, registrou em ata a posse da Amazônia. O tabelião, então, segurou um punhado de terra, jogou-a para cima, perguntou se alguém se opunha ao feito. Como ninguém se manifestou, pegou a terra de novo do chão e a colocou nas mãos de Pedro Teixeira. Portugal era dono da Amazônia.
O agrônomo Evaristo Eduardo de Miranda conta a história como se estivesse presente ao ritual de posse. Encanta-se com o olhar visionário desse lusitano e de outros que encamparam a Amazônia numa época em que mal se sabia do potencial da região. “Hoje, que se sabe, ninguém responde por ela”, afirma, indignado com a falta de planejamento que ainda turva o ordenamento territorial da área. Evaristo é chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, um afluente da Embrapa que atua em pesquisa e desenvolvimento de sistemas de gestão territorial para a agricultura e o agronegócio. Em termos de dia-a-dia, ele busca conciliar propostas de proteção ambiental com produção agrícola. Leia mais.
Agrônomo propõe novas tecnologias, zoneamento ecológico, uma instância supraministerial e muito pé no chão para lidar com as várias Amazônias
Em 1637, o português Pedro Teixeira deu uma de louco. Juntou 70 barcos, quase 3 mil pessoas e decidiu subir o Amazonas até as nascentes para reconhecer o rio. O trajeto foi dificílimo, índios atacavam, a expedição foi ficando para trás. Mesmo assim Teixeira chegou a Quito, onde foi recebido com galhardia pelos espanhóis e logo em seguida expulso pela Real Audiência, que percebeu o perigo que era ter em suas plagas tal desbravador. O português, precavido que só, registrou toda a viagem. Fez três backups, fincou-se em Belém e ali, sob um marco com as quinas lusitanas, registrou em ata a posse da Amazônia. O tabelião, então, segurou um punhado de terra, jogou-a para cima, perguntou se alguém se opunha ao feito. Como ninguém se manifestou, pegou a terra de novo do chão e a colocou nas mãos de Pedro Teixeira. Portugal era dono da Amazônia.
O agrônomo Evaristo Eduardo de Miranda conta a história como se estivesse presente ao ritual de posse. Encanta-se com o olhar visionário desse lusitano e de outros que encamparam a Amazônia numa época em que mal se sabia do potencial da região. “Hoje, que se sabe, ninguém responde por ela”, afirma, indignado com a falta de planejamento que ainda turva o ordenamento territorial da área. Evaristo é chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, um afluente da Embrapa que atua em pesquisa e desenvolvimento de sistemas de gestão territorial para a agricultura e o agronegócio. Em termos de dia-a-dia, ele busca conciliar propostas de proteção ambiental com produção agrícola. Leia mais.