Coaripolis

domingo, março 25, 2007

No Diário do Amazonas de hoje só deu Coari
Começou mostrando que de fato somos o segundo município mais rico do Amazonas e por isso temos que gastar... mais isso fico para poucos... só para aqueles que nós votamos neles para eles fazerem isso:
Câmara de Coari tem maior custo no AM
A Câmara Municipal de Coari (município a 255 quilômetros a oeste de Manaus) tem o maior gasto por habitante entre os seis maiores municípios do Amazonas, incluindo a capital Manaus.
O Jornal também mostra que não são todos os jornalistas que não estão nem aí para a realidade do nosso mundo e que nem todos podem ser comprados. E isso quem nos diz é
Ribamar Bessa:

Um Brasil que Adail não viu
Taqui pra ti

Vocês viram só como os cariocas morrem de inveja dos amazonenses? A campeã do carnaval de 2007 de Manaus foi a Escola de Samba ´A Grande Família´, do bairro São José, que desfilou com o enredo ‘Coari, um Brasil que Cabral não viu’. Deu certo. Por isso, uma escola de samba do Rio de Janeiro - a ‘Grande Rio’- anunciou que vai copiar o esquema e levar para o desfile da Sapucaí, em 2008, o enredo “Coari, a rainha do Solimões”. Ninguém suspeitava que o Amazonas, um dia, exportaria samba para o Rio.
Esse desfile eu não perco de jeito nenhum. Coari sempre foi a ‘Princesinha do Solimões’, conforme canta o hino oficial da cidade, letra de Dona Higina e música do padre Antônio. Se agora exibe o título de ‘rainha’, o ‘up grade’ deve ter sido por força de algum decreto do prefeito Adail Pinheiro. Fico imaginando a letra do samba-enredo, os carros alegóricos, a ala das baianas e as fantasias no desfile do carnaval carioca do próximo ano. Modéstia à parte, tenho sugestões a fazer.

Carros alegóricos

Morei em Coari, conheço sua história, posso sugerir, por exemplo, que o primeiro carro alegórico, intitulado ‘a grande família’, seja uma gigantesca maloca. Lá dentro, todos os Lins e Pinheiros, contratados sem concurso, representando os índios Yurimagua, Passé, Juma e Miranha, donos originais daquele território. Na cumeeira da maloca, vestido de guerreiro indígena, com uma tanga, um cocar e uma borduna, o presidente da Assembléia Legislativa, o ‘Belão’, filho de alemão.

O segundo carro terá a forma de um grande forno de padaria. Fantasiado de padeiro, com um chapéu branco, o próprio prefeito Adail Pinheiro, passa o desfile todo colocando trigo no forno e retirando de lá cimento e tijolo. A alegoria pretende mostrar que Coari é a única cidade do mundo onde acontece o milagre de uma padaria produzir cimento, conforme todos nós sabemos e as notas fiscais do prefeito confirmam.

O terceiro - o carro da mala preta - aparece empurrado pelo vice-prefeito, Rodrigo Alves (PP - vixe vixe!) com dólares pendurados por todos os lados, enquanto um dos componentes, simbolizando a Justiça, abaixa os olhos para nada ver. Sambando lá no alto, duas celebridades locais: Karen Mota, a coariense que conquistou espaço no Caldeirão do Huck, e Odinéia Padilha, a líder comunitária do bairro do Pêra. Elas protestam em nome dos servidores municipais, garfados pelo prefeito em R$ 40 milhões de suas contribuições previdenciárias.

Não pode faltar, nesse desfile, o carro da memória, lembrando aquilo que muita gente quer esquecer. A Grande Rio pode convidar para esse carro celebridades nacionais como os companheiros Collor de Mello - comandante do esquema PC Farias, Reinhold Stephanes - o aposentado precoce, Balbinotti - ex-quase ministro da Agricultura envolvido em falcatruas, e todos os companheiros usineiros, heróis nacionais.

Samba enredo


O samba enredo fica por conta de Francisco Simeão da Silva, o ‘Chagas’, menestrel de Coari, que cantou com muito engenho as personalidades da cidade, como Alexandre Montoril, Chico Duvidoso, Chico Pimba, Raimundo Boca Mole, Zé Tacacá, Chico Enfermeiro, Galinha-Doida, Sabá Tartaruga, Raimundo Anzol, João Cavalaria, Manoel Botija, Vicente Pé-de-burro, Faz-que-dorme, Egildo comedor de vidro, Raimundo do Pau Torto, João Bunda Branca e tantos outros de apelidos sonoros e poéticos.

Aqui vai uma pequena amostra do que Chagas escreveu, o que lhe garante ser indicado como autor do samba-enredo da Grande Rio para o desfile de 2008. Talvez ele consiga encontrar a rima mais adequada para Adail.

Meu senhor, preste atenção / que não vou sair do tom,

Mostrando que sou entendido / possuidor deste dom,

Por isso é que lhe garanto / recordar é sempre bom.


Comece agora mesmo / Mas antes pare e pense

O que vou falar agora / para o povo amazonense

Vamos juntos recordando / o esquecido coariense



Você talvez não conheceu / ou seu nome nunca ouviu,

foi um grande prefeito / que nesta terra surgiu.

Seu nome era conhecido / por Coronel Montoril.



Assim passou o tempo / o Coronel foi primeiro,

mas para recordação / ficou o seu companheiro

de nome bem conhecido / chamado Chico Enfermeiro



Chico Enfermeiro se foi / Galinha Doida surgiu

só querendo ser bonito / mas beleza nunca viu

Ciscou, cantou e voou / com pouco tempo sumiu.



O Chico Doido morava / lá na Chagas Aguiar,

dono de uma serraria / onde vivia a trabalhar

com o tempo o Chico se foi /deixou vago seu lugar.



Surgiram quatro irmãos / antes do raiar do sol

Um era Sabá Tartaruga / outro Raimundo Anzol

E João Cavalaria / mais Manoel Botija Mongol.



Deixemos os quatro irmãos / para seguir mais seguro

e falar de um personagem / cujo nome eu sussurro

você ainda se lembra / do Vicente Pé-de-burro?



O tal Chico Duvidoso / é difícil que se esqueça

pois tinha um mal danado / e vivia às avessas.

Passava o dia todo / duvidando com a cabeça.



Balançava pra todo lado / E só fazendo besteira

cada vez que balançava/ Era fazendo asneira

Duvidoso foi embora / ficou Zé Gameleira.



Zé Tacacá era gago / apoquentava os vizinhos

Bem perto dele morava /nosso amigo Zé Roxinho

Se subisse mais um pouco / encontrava o Cachimbinho.



Boca Mole era um velho / que tinha o lábio aleijado

os beiços tipo molambo / correndo pra todo lado

Quem não olhasse direito / dizia que foi cagado.



Esta Maria Poronga / era difícil de entender

Pois pelo nome da mesma / era dura de roer

Com este seu apelido / ela devia de acender.



Zé Cururu era feio / todo cheio de pelanca,

Apareceu um outro / que vivia na barranca

Atendia pelo apelido / de João Bunda Branca.



O famoso Corta-água / pelo povo era enxergado

Pois sofreu um acidente/ que o deixou aleijado

Quando andava pela rua / tinha o corpo baleado.



Era chamado Corta-Água / pelo jeito dele andar

Parece que vinha cortando / todo tempo sem parar

Quando andava pela rua / não parava de dançar.



P.S. - Já que estamos no Solimões, podemos subir o rio até a fronteira. Lá, a juíza de Benjamin Constant, Cláudia Batista, recebeu o título de "cidadã benjaminense", concedido pela Câmara Municipal, presidida pelo vereador conhecido como Xeruca, o que deixou a população indignada. Mas faz sentido. As câmaras municipais só concedem esse título a pessoas residentes em outras cidades, que é o caso da juíza, que mora em Tabatinga. Dessa forma, a Câmara confirma o que publicamos anteriormente.