Sinais de Morte
Vivi cinco dos dez anos da década de oitenta em Manaus, três desses no curso de filosofia. Um dos temas em debate naquela época era a "Calha Norte", como se falava do seu processo destruidor. Em Manaus a panfletagem era grande, seminários, debates, palestras; de nada adiantou os militares levaram adiante o projeto "protetor - destruídor". As índias daquelas áreas eram engravidadas e largadas ao Deus dará. Os molestamentos sexuais eram acompanhados de estrupos, as denúncias eram muitas.
O projeto prosseguiu como uma unha encravada, o tempo o cobriu e nós com nossa curta memória histórica já não lembramos. Esses dias ele está de novo dando as caras, do mesmo modo, Negativamente!
Longe do grosso do desmatamento na Amazônia Legal, a região conhecida como Calha Norte do Amazonas - formada pelos Estados de Roraima e Amapá, além do norte de Amazonas e Pará - apresenta sinais de aumento de atividades exploratórias. Ainda que nem façam sombra ao índice de derrubada registrada em outras partes do bioma, principalmente no sul da Amazônia, madeireiros, grileiros e produtores de soja começam a se instalar na área. As queimadas formam um colar de focos de calor, atingindo principalmente Roraima e Amapá - Estado que já percebeu um aumento da taxa de desmatamento, a despeito de possuir mais de 50% de seu território em unidades de conservação. Clareiras se proliferam e pontuam o que antes era um íntegro cobertor verde. Leia+