Coaripolis

quinta-feira, outubro 26, 2006

Peixes
Há várias anos, diversas instituições, comunidades rurais, secretarias municipais e estaduais, e outros tipos de organizações vêm tentando encontrar caminhos para o desafiante mundo da pesca na Amazônia.
Do modo que está num prazo de mais ou menos cinquenta anos deixará seca as principais reservas desse precioso e principal alimento dos amazonidas.
Há várias experiências sendo feitas, desde as reservas extrativistas, como criações particulares. Em algumas dessas iniciativas, órgãos do governo nas diversas esferas buscam juntos com os ribierinhos saídas para encarar a crise de frente, já em outras situações as próprias administrações locais estão contra qualquer iniciativa dessa natureza. Geralmente quando isso acontece, alguém com certo poder de financiar campanhas, gerar muitos votos ou vereadores estão envolvidos na empresa de pesca, de pesca predatória.
A questão da pesca que não respeita lei e nem tenta preservar para consumir e sempre ter, é mais complexa do que podemos pensar. Funciona numa aspiral que na maioria das vezes tem o envolvimento de diversas pessoas das comunidades rurais, tanto trabalhando nos barcos de pesca da capital, como dando informações onde se encontra o peixe. A complexidade de controlar esses barcos é enorme.
Mais a empresa da pesca não gira só com esses barcos. Pela imensa Amazônia há pescadores que fazem da pesca seu único ganha pão, pescam sozinhos em pequenas canoas, conhecem bem todos os espaços onde habitam os peixes. Alguns utilizam o argumento que eles pescam para sua sobrevivência, em prática se juntamos todos esses pescadores, iremos ter um número surpreendente, de milhares e milhares.
Na sua grande maioria eles vivem nas cidades, mas, vivem como vivessem na zona rural, vieram de lá.
É comum ver vendedores de peixes pelas ruas da cidade, vendendo em cambadas. Aqui, no caso das fotos, a venda estava sendo feita em carrinhos de mão. Como ajudá-los a entender que pote onde não se coloca água, um dia secará?