Coaripolis

terça-feira, agosto 31, 2004

O barco da dignidade dá a partida

Como parte das compensações ambientais, o Governo do Estado do Amazonas, em parceria com a Petrobras, está levando o desenvolvimento sustentável às comunidades e sedes municipais na área de influência do Gasoduto Coari-Manaus.
O programa de Desenvolvimento Sustentável do Gasoduto Coari-Manaus está dividido em três frentes de atuação: promoção da cidadania, geração de renda e conservação do meio ambiente.
Este programa atenderá mais de 100 comunidades na área de influência da obra, num raio de 5 km do duto. Em sua primeira ação, na comunidade de Paricatuba, no município de Iranduba, o Programa já obteve resultados expressivos, onde colocou em prática seu modelo de gestão, com mais de 2.700 atendimentos e mais de R$ 60 mil em benefícios previdenciários anuais. Além disso, serão investidos mais de R$ 90 mil em projetos sociais, ambientais e de geração de renda para a comunidade.
E assim vai ser em todos os 8 municípios por onde o barco passar. Representantes de 24 órgãos públicos, estaduais e federais, prestarão serviços fundamentais, como atendimentos previdenciário, emissão de certidões de nascimento, de carteiras de identidade e de trabalho, CPF, além de realizar planejamento participativo com as comunidades para investimentos em desenvolvimento comunitário sustentável.
O texto acima foi transcrito do Jornal Acritica. Para começo de conversa, temos uma página do jornal só para essa informação, a página tem também a foto do Barco da Dignidade e algumas fotos, como por exemplo a do Governador Eduardo Braga com o Presidente Lula.. Alguém sabe quanto custa uma página de publicidade de jornal?
O que não está escrito é que temos 42 milhões de reais para serem investidos em projetos que diminuem os impactos sociais e ambientais até o fim da construção do gasoduto. Duas questões podemos pensar, a primeira, é quem vai gastar e como gastar esse dinheiro; a segunda é como poderíamos participar, isto é, como envolver de fato quem precisa. As qeustões estão colocadas, PARTICIPEMOS!

segunda-feira, agosto 30, 2004

Grêmio

A gente não quer só comida, a gente não quer só bebida, a gente quer a vida como a vida é... a gente quer GOOOOLLLLLL. Empantando com o Nacional (2X2), o Grêmio segue invicto na sua chave e tem que ser assim mesmo, aliás, estamos pagando para isso... todos nós coarienses, não jogamos, mas, pagamos, queremos GOL!

Navigare necesse est, vivere non necesse

Navegar é preciso, viver não é. A célebre sentença de Pompeu, em discurso a marinheiros de sua época, gente indecisa das águas, tornou-se a marca dos seres que são na essência são viajantes, têm rodinhas nos pés, não esquentam canto.
Como já dizia no último post, fui para Borba que continua mais pobre, mais desprezada, gente abandonada, sem esperanças, sem futuro que espera por dias melhores que dificilmente virão!
De Borba fui para Caapiranga via Manacapuru e quem quiser conhecer um dos caminhos mais lindos do Amazonas é só percorrer esse caminho: Manacapuru - Caapiranga, é um pedaço do Jardim criado por Deus para nós.

segunda-feira, agosto 23, 2004

Borba

Estou arrumando a mala ou melhor a bolsa para Borba. Estive naquela cidade em abril de 2002, nunca tinha visto nada igual, parecia tudo abandonado, o descuído com o patrimônio público da parte dos adminstradores locais era gritante.
Pobreza e sujeira imperava, o que salvava a economia do município era ou ainda é a festa de Santo Antônio. Com toda certeza por lá não haverá internet, então, até sexta ou sábado.
Que Santo Antôno, padroeiro de Borba nos acompanhe e interceda por nós.

Grêmio vence e garante vaga

Este é o título da matéria do Jornal Acritica sobre o jogo de ontem e continua, time faz 2 a 1 sobre o Rio Branco e chega aos sete pontos. Vitória mantém clube de Coari invicto. Uma vitória por 2 a 1, ontem, sobre o Rio Branco, no Estádio Vivaldo Lima, garantiu a primeira vaga do Grupo 1 ao Grêmio Coariense, que chegou aos sete pontos e manteve tanto a invencibilidade quanto a liderança de sua chave na Série C do Campeonato Brasileiro.
Temos que ter alguma alegria, infelizmente é pequena e por pouco tempo, maior alegria teríamos se tívessemos melhores condições de vida em Coari. Que bom seria se o dinheiro da Petrobras fosse melhor distribuido entre a população coariense, ainda temos muito que nos alegrar ... Coragem Coari!

domingo, agosto 22, 2004

Futebol, só alegria

Depois de ter passado por Parintins e revelado uma das minhas paixões que é o meu 'Boi Caprichoso', o melhor e o mais bonito. Hoje não dar para não revelar outra que é o meu "timão", o "Santos". Com show de Robinho, Santos goleia o Figueirense, mesmo atuando longe da Vila Belmiro, fez valer o mando de jogo, assistiu a mais um show de Robinho e goleou o Figueirense por 4 a 1, neste domingo, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado leva o alvinegro da Baixada de volta à liderança da competição, com 47 pontos, já que o Palmeiras empatou com o Vitória por 2 a 2. As duas equipes estão empatadas, mas o Santos leva vantagem por ter mais vitórias (15 a 13).
E hoje só deu nós: Grêmio 2 x 1 Rio Brancos - AC
Santos 4 x 1 Figueirense
Só alegria!

Valeu Grêmio

Valeu ter ido no estádio, o Grêmio mandou ver e derrotou o Rio Branco - AC por dois a um. O primeiro tempo foi totalmente gremista, já o secundo o time adversário fez pressão tentando tirar proveito de quase todas as jogadas, visto que estava em desvantagem, queria virar o jogo, não conseguiu, pode dizer: bem que tentei, ainda fez um, diminuindo o placar.
Valeu ter ido no estádio e ver que já estou quase fazendo parte dos coarienses da velha guarda, é, o tempo passa para todos. Eu e os que estavam ao meu redor a todos instante encontrávamos gente conhecida e ríamos de ver a ação do tempo na vida de tanta gente que conhecemos algumas dezenas de anos atrás.
Me alegrei em ver Eudomar, estudamos da quinta série a primeira série do antido segundo grau, quando me mudei para estudar em Manaus; Barbosa e sua turma sempre alegre, movida a 'gelada' animava a galera e o Archipo, grande divulgador de Coari, via net.
Valeu Grêmio 2 x 1 Rio Branco - AC

Grêmio - ainda temos coisas boas

Grêmio e Rio Branco - AC jogam hoje. Vitória garante vaga antecipada ao time amazonense. Coari poderia ser considerada a cidade do interior, capital do esporte; nessa última viagem a cidade o que mais me impressionou foi ver como os jovens e os que já estão deixando de serem são empolgados com esporte por prazer e paixão.
O Grêmio é um time que sempre deu alegria para os coariense, e quem não se lembra do seu fundado o tão saudoso Manoel Brasil. Nesses últimos anos o time tem se destacado a nível estadual, apesar de ter sido criticado de está sendo financiado pelo e com o dinheiro público. O povo quer alegria, circo, parece que não quer saber de onde vem a alegria, nem como ela vêm. Vamos torcer ... queremos "alegria"

sábado, agosto 21, 2004

Desabafo

Nesse tempo de muitas andanças, se torna difícil manter um blog, sem falar que mesmo buscando notícias sobre Coari já é uma tarefa árdua, ter post sempre atauliazados, contando que ninguém diz nada, nem a favor e nem contra, o silêncio fala por si, desamina um pouco mais.

quarta-feira, agosto 18, 2004

Parintins

Ontem de manhã cheguei em Parintins, terra do meu bou Capricnhoso, o melhor e o mais bonito. Esta é quarta vez que venho aqui, infelizmente sempre correndo e também vir em Parintins fora de festa não é mole; é preciso ter uma motivação que realmente possa valer a pena.
Lendo o jornalzinho da terra encontrei uma definição interessante: "uma senhora muito bonita, com vestes grifadas e preciosos ornamentos, que, debaixo de tanta magnificência, apresenta no corpo algumas feridas feias; fora de metáfora: ferida da falta de fontes de emprego, ferida da falta de dinheiro, ferida da falta de saneamento básico, ferida da impossibilidade financeira de fazer certas operações e de comprar remédios, ferida da falta da cidadania para tantas pessoas" (fonte: Jornal Novo Horizonte), foi essa Parintins que encontrei.

segunda-feira, agosto 16, 2004

Privatizar área na Amazônia é risco, diz general

O ex-comandante Militar da Amazônia, general de reserva Luiz Gonzaga Lessa, considera "um risco desnecessário" o projeto do governo federal de privatizar áreas de florestas que estão em terras públicas da União, Estados ou municípios. "Não li o projeto, que acho que tem de ser debatido, mas em tese acho perigoso licitar áreas públicas na Amazônia, ainda mais para empresas estrangeiras". O secretário de Biodiversidade e Florestas do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, afirmou que "está descartada a hipótese de empresas e entidades estrangeiras receberem concessão". "É óbvio que o governo Lula e sua ministra Marina Silva não vão privatizar a Amazônia". Ele ressaltou que o governo não transfere a titularidade da terra - OESP, 13/8, Geral, p.A15.
Fonte: Instituto Sócio Ambiental

domingo, agosto 15, 2004

Amazontech reúne ministros para mostrar negócios sustentáveis na Amazônia

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participa na próxima segunda-feira, (16/08), às 19h30, em Cuiabá (MT), da abertura do Amazontech 2004 - Novos Rumos para a Ciência, Tecnologia e Negócios Sustentáveis. A feira mostra ao empresariado e ao grande público os produtos, processos produtivos, serviços e potencialidades da Amazônia. É também uma oportunidade de marketing para as empresas sediadas na região ou que trabalhem com produtos tecnológicos e serviços de interesse para o desenvolvimento sustentado da Amazônia.Na terça-feira, a ministra faz a palestra Ética Ambiental como fundamento para o Desenvolvimento Sustentável. O Amazontech 2004 terá 150 eventos, entre fóruns, conferências, mesas-redondas, palestras, cursos, oficinas, rodadas de negócios e de projetos, uma vitrine de produtos vivos e feira tecnológica, além de eventos paralelos e uma programação cultural.Também participam do evento o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, Matilde Ribeiro, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, e José Fritsch, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca. Também estará no Amazontech a secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), a equatoriana Rosalia Arteaga.O Amazontech 2004 reúne representantes dos nove estados da Amazônia Legal (AC, AM, AP, MA, MT, PA, RO, RR e TO) e dos nove países da Amazônia Continental (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela).
Portal Amazônia

sábado, agosto 14, 2004

Soldados da Borracha

Soldados da Borracha. Este é o nome dados aos seringueiros que foram chamados pelo governo a irem para a Amazônia trabalhar na produção de borracha para atender a grande demanda e insuficiente produção na época da Segunda Guerra.Em plena Guerra, os japoneses cortaram o fornecimento de borracha para os Estados Unidos. Como resultado, milhares de brasileiros do Nordeste foram enviados para os seringais amazônicos, em nome da luta contra o nazismo.Essa foi a "Batalha da Borracha", um capítulo obscuro do nosso passado, ainda vivo na memória dos últimos e ainda abandonados sobreviventes.No final de 1941, os países aliados viam o esforço de guerra consumir rapidamente seus estoques de matérias-primas estratégicas. E nenhum caso era mais alarmante do que o da borracha.A entrada do Japão no conflito determinou o bloqueio definitivo dos produtores asiáticos de borracha. Já no princípio de 1942, o Japão controlava mais de 97% das regiões produtoras do Pacífico, tornando crítica a disponibilidade do produto para a indústria bélica dos aliados. A conjunção desses acontecimentos deu origem no Brasil à quase desconhecida Batalha da Borracha. Uma história de imensos sacrifícios para milhares de trabalhadores que vieram para a Amazônia e que, em função do estado de guerra, receberam inicialmente um tratamento semelhante ao dos soldados.Mas, ao final, o saldo foi muito diferente: dos 20 mil combatentes na Itália, morreram apenas 454. Entre os quase 60 mil soldados da borracha, porém, cerca da metade desapareceu na selva amazônica. Quando a extensão da guerra ao Pacífico e ao Índico interrompeu o fornecimento da borracha asiática, as autoridades americanas entraram em pânico. O presidente Roosevelt nomeou uma comissão para estudar a situação dos estoques de matérias-primas essenciais para a guerra. E os resultados obtidos por essa comissão foram assustadores: "De todos os materiais críticos e estratégicos, a borracha é aquele cuja falta representa a maior ameaça à segurança de nossa nação e ao êxito da causa aliada (...) Consideramos a situação presente tão perigosa que, se não se tomarem medidas corretivas imediatas, este país entrará em colapso civil e militar. A crueza dos fatos é advertência que não pode ser ignorada." (Comissão Baruch).As atenções do governo americano se voltaram então para a Amazônia, grande reservatório natural de borracha, com cerca de 300 milhões de seringueiras prontas para a produção de 800 mil toneladas de borracha anuais, mais que o dobro das necessidades americanas.Entretanto, naquela época, só havia na região cerca de 35 mil seringueiros em atividade com uma produção de 16 mil a 17 mil toneladas na safra de 1940-1941. Seriam necessários, pelo menos, mais 100 mil trabalhadores para reativar a produção amazônica e elevá-la ao nível de 70 mil toneladas anuais no menor espaço de tempo possível.Para alcançar esse objetivo, iniciaram-se intensas negociações entre as autoridades brasileiras e americanas, que culminaram com a assinatura dos Acordos de Washington. Como resultado, ficou estabelecido que o governo americano passaria a investir maciçamente no financiamento da produção de borracha amazônica. Em contrapartida, caberia ao governo brasileiro o encaminhamento de grandes contingentes de trabalhadores para os seringais - decisão que passou a ser tratada como um heróico esforço de guerra. No papel, o esquema parece simples, mas a realidade mostrou-se muito mais complicada quando chegou o momento de colocá-lo em prática.Aqueles eram os primeiros soldados da borracha. Simples retirantes que se amontoavam com suas famílias por todo o Nordeste, fugindo de uma seca que teimava em não acabar e os reduzia à miséria. Mas aquele primeiro grupo era, evidentemente, muito pequeno diante das pretensões americanas.Em todas as regiões do Brasil, aliciadores tratavam de convencer trabalhadores a se alistar como soldados da borracha e, assim, auxiliar a causa aliada. Alistamento, recrutamento, voluntários, esforço de guerra tornaram-se termos comuns no cotidiano popular. A mobilização de trabalhadores para a Amazônia coordenada pelo Estado Novo foi revestida por toda a força simbólica e coercitiva que os tempos de guerra possibilitavam.No Nordeste, de onde deveria sair o maior numero de soldados, o Semta convocou padres, médicos e professores para o recrutamento de todos os homens aptos ao grande projeto que precisava ser empreendido nas florestas amazônicas. O artista suíço Chabloz foi contratado para produzir material de divulgação acerca da "realidade" que os esperava. Quando nenhuma das promessas funcionavam, restava o milenar recurso do recrutamento forçado de jovens. A muitas famílias do sertão nordestino foram oferecidas somente duas opções: ou seus filhos partiam para os seringais como soldados da borracha ou então deveriam seguir para o front na Europa, para lutar contra os fascistas italianos e alemães. É fácil entender que muitos daqueles jovens preferiram a Amazônia.Surtos epidêmicos matavam dezenas de soldados da borracha e seus familiares nos pousos de Belém, Manaus e outros portos amazônicos. Ao contrário do que afirmava a propaganda oficial, o atendimento médico inexistia, e conflitos e toda sorte se espalhavam entre os soldados já quase derrotados.Mesmo com todos os problemas enfrentados (ou provocados) pelos órgãos encarregados da Batalha da Borracha, cerca de 60 mil pessoas foram enviadas para os seringais amazônicos entre 1942 e 1945. Desse total, quase a metade acabou morrendo em razão das péssimas condições de transporte, alojamento e alimentação durante a viagem. Como também pela absoluta falta de assistência médica, ou mesmo em função dos inúmeros problemas ou conflitos enfrentados nos seringais.Ainda assim o crescimento da produção de borracha na Amazônia nesse período foi infinitamente menor do que o esperado. O que levou o governo americano, já a partir de 1944, a transferir muitas de suas atribuições para órgãos brasileiros.E tão logo a Guerra Mundial chegou ao fim, no ano seguinte, os EUA se apressaram em cancelar todos os acordos referentes à produção de borracha amazônica. O acesso às regiões produtoras do Sudeste Asiático se achava novamente aberto e o mercado internacional logo se normalizaria.Terminava a Batalha da Borracha, mas não a guerra travada pelos seus soldados. Imersos na solidão de suas colocações no interior da floresta, muitos deles nem sequer foram avisados de que a guerra tinha terminado, e só viriam a descobrir isso anos depois. Alguns voltaram para suas regiões de origem exatamente como haviam partido, sem um tostão no bolso, ou pior, alquebrados e sem saúde. Outros aproveitaram a oportunidade de criar raízes na floresta e ali construir suas vidas. Poucos, muito poucos, conseguiram tirar algum proveito econômico daquela batalha incompreensível, aparentemente sem armas, sem tiros e que produziu tantas vítimas.Só a partir da Constituição de 1988, mais de 40 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, os soldados da borracha ainda vivos passaram a receber uma pensão como reconhecimento pelo serviço prestado ao país. Uma pensão irrisória, dez vezes menor que a pensão recebida por aqueles que foram lutar na Itália.

quarta-feira, agosto 11, 2004

Amazônia perde plantas medicinais e conhecimento

Desmatamento afeta recursos e novas populações indígenas desconhecem seu uso
O avanço das motosserras floresta adentro na Amazônia não só derruba árvores. Com as plantas, se perde o conhecimento sobre elas, principalmente as que têm propriedades medicinais. A constatação é de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que compararam dois estudos, um feito em 1984 e outro em 2001, sobre o uso de plantas medicinais, em especial as usadas contra a malária, pela população do sul do Pará.
Segundo Maria das Graças Lins Brandão, da Faculdade de Farmácia da UFMG, uma das autoras dos dois estudos, com o desmatamento o Brasil perde uma riqueza da qual nem se conhece ao certo a dimensão. "Além da riqueza material, nosso trabalho demonstrou que estamos perdendo a própria cultura, ou seja, o conhecimento sobre as plantas medicinais", diz. "Para nós foi incrível e horrível constatar que, em tão curto prazo, a população daquela área amazônica, especialmente São Félix do Xingu (PA), não conhece mais as plantas medicinais da região."
Maria das Graças conta que a intenção dela e dos colegas era coletar mais dados e amostras das plantas que foram ativas contra a malária em 1984, para retomar as pesquisas. "Mas não havia mais nada", diz. "Quando as plantas desaparecem, não se pode mais usá-las, e o conhecimento tradicional cai no esquecimento. As gerações posteriores não aprendem sobre suas propriedades."
Isso pode ser visto na região estudada pelos pesquisadores mineiros. A maior parte das plantas medicinais vendidas lá hoje é importada de outras regiões.
É caso da arnica (Lychnophora sp.), usada como antiinflamatório e cicatrizante, coletada em Goiás. Também de fora, no caso de Minas, chegam a salsaparrilha (Herreria sp.), empregada no tratamento de pele, a douradinha (Waltheria sp.), um diurético, e a congonha (Rudgea viburnoides), diurética e anti-hipertensiva.
Ameaças - O desmatamento e o extrativismo são tão intensos que algumas espécies já correm risco de extinção. O caso mais marcante é o do jaborandi (Pilocarpus sp), do qual se obtém a policarpina, usada contra glaucoma. De certa forma, se repete na Amazônia o que houve em outros Estados. "O progresso desordenado e a destruição das florestas levou ao desaparecimento de muitas plantas medicinais", diz Maria das Graças.
Para agravar a situação, muitas das que restam são pesquisadas em outros países. "É cada vez maior o interesse pelas plantas medicinais nativas do Brasil, especialmente por parte de empresas de outros países, que processam e utilizam", escreveram Maria das Graças e colegas, num artigo publicado na edição de julho da revista Ciência Hoje, da SBPC.
Eles citam o composto alfa-bisabolol e a rutina. O primeiro é um antiinflamatório, obtido do óleo de candeia (Eremanthus erytropappus) e usado em cosméticos. A segunda, das favas da favela (Dimorphandra sp.), fortalece os vasos sanguíneos. As duas são extraídas e purificadas por empresas brasileiras, mas exportadas. "Ambas são mais aproveitadas no exterior", diz. "A rutina está entre os 10 principais farmoquímicos exportados pelo Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica (Abiquif)."
Seja como for, a esses dois produtos pelo menos é agregado valor antes da exportação. Não é o caso da maioria das substâncias, exportadas brutas.
Evanildo da Silveira
Fonte: O Estado de S.Paulo
Link: http://www.estado.com.br
Clique no link para ler a notícia na íntegra: http://txt.estado.com.br/editorias/2004/08/09/ger009.html

terça-feira, agosto 10, 2004

TCU condena prefeito e secretários municipais de Coari (AM)

O Tribunal de Contas da União (TCU) julgou irregulares as contas e condenou Manoel Adail Amaral Pinheiro, prefeito de Coari (AM), e Ossias Jozino da Costa, secretário Municipal de Administração, Economia e Finanças, ao pagamento de R$38.093,13, valor já atualizado por irregularidades verificadas na aplicação dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O responsáveis receberam também multa individual de R$ 5 mil e têm prazo de 15 dias para comprovar o recolhimento das dívidas aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Tesouro Nacional.
O tribunal julgou irregulares, ainda, as contas de Jurandy Aires da Silva, secretário municipal de Educação, condenando-o ao pagamento da multa de R$ 3 mil. O secretário tem prazo de 15 dias para comprovar o recolhimento das dívidas. Caso contrário, já foi autorizada a cobrança judicial. Cabe recurso da decisão.
O acordo firmado entre o FNDE e a prefeitura municipal de Coari previa a distribuição de merenda escolar à comunidade. Os responsáveis, em suas alegações de defesa, apresentaram os comprovantes de despesa relativos a quatro dos 17 saques efetuados, totalizando o valor original de R$ 26.961,70. Foi acrescentado, por fim , que o município teria aportado mais de R$ 43.989,43 no custeio de merenda escolar.
O ministro-substituto Augusto Sherman Cavalcanti foi o relator do processo.

Por: Da Redação - Portal Amazônia
Fonte: Assessoria de Comunicação-TCU via Acorda Coari
Em 10 de agosto de 2004

Itacoatiara

Depois de Coari, Tefé, Manaus, estou em Itacoatiara verificando material para meus estudos. Aqui vai algo sobre Ita:
Itacoatiara está localizada a Leste do Estado e a margem esquerda do Rio Amazonas (estrada natural). Através da estrada AM-010, Itacoatiara está a 266 Km de distância de Manaus, Capital do Estado. Segundo os livros, Itacoatiara mudou de lugar cinco vezes.

sexta-feira, agosto 06, 2004

Prostituição infantil

A cidade de Coari nesses últimos anos tem carregado o estigma da prostituição infantil, garotas de 12, 13 anos por uma ou outra situação vendem seu corpo para sobreviver. Estão saindo da idade infantil e entrando na adolescência, fase bem delicada da vida humana, de formação, seja da personalidade como do modo físico de ser.São meninas que estão em fase de mudança, infelizmente a estrutura onde vivem não apresenta outro modo de viverem melhores. Bonitas como toda mulher coariense, terão sua beleza desfrutada ainda verde, fora do tempo, aliás, antes do tempo e por isso não alcançarão sua beleza plena.
Podemos observar duas coisas, primeiro pessoas que incentivam esse tipo de vida se aproveitam de uma estrutura frágil e a segunda é a condição de vidas dessas meninas, situação de extrema pobreza, com dificuldade de morar, de comer, de saúde, de higiene, de educação, de se divertir e outras... não tenho aqui a intenção de fazer nenhuma análise social, nem tenho condições e informações para isso, e também já existem excelentes análises sobre esse tema, publicado por aí. Só quero deixar registrada aqui uma problemática social gritante em Coari.
O peixe (Peixes de Midas) é duas, três, quatro ou cinco vezes mais caro do que essas princesinhas!
Um povo que não cuida das suas crianças, não está cuidando do seu futuro. Um povo que não cuida das suas crianças, está roubando-lhe a esperança e os sonhos.

quinta-feira, agosto 05, 2004

Ribeirinhos condenam gasoduto Coari-Manaus

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) promoveu um seminário de três dias para avaliar o impacto da obra de construção do gasoduto Coari-Manaus sobre a região e seus moradores.
De acordo com a assessoria da CPT, uma carta-protesto deverá ser enviada à Petrobras, empresa responsável pela construção do gasoduto.
No texto, os cerca de 50 ribeirinhos presentes no evento, representando as oito cidades por onde os dutos vão passar, concluem que haverá “mais reflexos negativos do que positivos” no âmbito social, ambiental e econômico para a região.
Fonte: http://portalamazonia.globo.com

segunda-feira, agosto 02, 2004

Um outro Coari é possível?

VI SEMINÁRIO SOBRE O GÁS NATURAL DE URUCU
Data: 02 a 04/08/2004
Local: Maromba - Manaus
Está acontecendo em Manaus o VI SEMINÁRIO SOBRE O GÁS NATURAL DE URUCU com a participação de vários organismos e de muitas comunidades ribeirinhas dos diversos municípios onde o gasoduto Coari – Manaus vai passar. O seminário tem a organização da CPT-AM., e se propõe discutir e propor alternativas concretas ao Gás natural do Urucu.
Pela manhã do primeiro dia, os trabalhos começaram em grupo, onde cada um participou na verificação dos problemas e expectativas que esse empreendimento vem nos trazer. Participei do grupo de ribeirinhos e indígenas do município de Coari, nesse grupo discutimos as seguintes questões:
* para onde vai o dinheiro da Petrobras?
* o dinheiro da Petrobras seja mais socializado, isto é, não só nas mãos de um pequeno grupo;
* investimentos também nas comunidades rurais;
* que seja feito a indenização das terras onde passa o gasoduto Urucu-Coari;
* prostituição infantil;
* desestabilização familiar;
* migração;
* aumento da violência (estrupos);
* aumento de doenças sexualmente transmissíveis;
* desaparecimento dos animais de caça e peixe;
* desmatamento;
* poluição dos lagos;
* riscos de acidentes ambientais.
Visto que somente o município de Coari vive essa experiência, os outros municípios por onde o gasoduto vai passar, estão meio que desconfiados com essa construção.