"O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) assume hoje, pela terceira vez, no mesmo mandato, a presidência da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, fato considerado inédito no Parlamento brasileiro".
terça-feira, maio 31, 2005
"O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) assume hoje, pela terceira vez, no mesmo mandato, a presidência da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, fato considerado inédito no Parlamento brasileiro".
Vender a Amazônia para os gringos até que não é mau negócio. Se for para preservar melhor do que a gente (o que não é difícil), por que não? Ronaldo Serôa da Motta, um dos pais da economia ambiental no Brasil, já foi idealista, nacionalista, mas agora está convicto de que o caminho é ser prático: vivemos numa sociedade mercantilizada, então o único jeito de preservar o meio ambiente é dar valor econômico aos recursos naturais. Ou seja, para usar seu termo técnico preferido, o segredo é mexer no direito de propriedade. Preserva-se 70% da Amazônia em parques nacionais e os outros 30% concede-se para a exploração privada, mas bem regulada. Isso permitiria até desmatar mais um pouco a maior floresta tropical do mundo, que afinal pode render bons dividendos.
O discurso pode soar, literalmente, frio e calculista. Mas os ambientalistas não deveriam se esquivar das diretas deste economista do IPEA. A mesma lógica que defende a valoração da Amazônia condena a hidrelétrica de Barra Grande. Segundo ele, a usina nascida de fraude ambiental, mesmo estando pronta para entrar em operação, poderia ser abandonada e se tornar um símbolo de aplicação da lei. No fim das contas, o que Serôa faz é oferecer uma carapuça para cada um de nós: as leis de mercado só existem porque há consumo, e quem responde por ele é você. Quer salvar a natureza? Tudo bem. Quanto está disposto a pagar por isso? Leia+
segunda-feira, maio 30, 2005
Notícias do Velho Continente
Amazônia em destruição
Amazonidades- Motosserra de ouro -o prêmio
Ozório Fonseca
domingo, maio 29, 2005
sábado, maio 28, 2005
A reportagem mostra o mal que a corrupção faz nos países, mostrando com dados o tamanho da roubalheira. Como por exemplo: “A economia brasileira perde com a corrupção de 3% a 5% do PIB. Isso equivale sessenta vezes mais que o valor que o governo investiu em todo o setor de transporte no ano passado”. É um câncer que está destruindo o país, diz a revista.
A corrupção “parece” que já entrou na cultura brasileira. Em quase todos os setores ela está presente. Nossa Coari não está isenta desse mal, o Acorda Coari, traz em sua página o que o Jornal Maskate tem publicado. O município com o dinheiro arrecado com os royalties repassados pela Petrobras deveria ter o melhor sistema educacional do país, com excelentes salários para os professores, escolas modelo, isso só para começar, não quero me alongar com esse assunto, é de conhecimento público.
Confira as Contas e veja como a revista razão!
sexta-feira, maio 27, 2005
Estavam expostas várias revistas do Brasil, na sua maioria de moda. Comprei a “Veja” e a “Super Interessante”, uma versão portuguesa.
Valeu ter comprado a Veja, foi minha companheira de viagem até Fátima.
Na sessão Radar
Justiça
Ação Bilionária
Chegou ao STJ uma ação de indenização bilionária contra a Petrobras, capaz de preocupar até a maior empresa brasileira. A ação remonta à privatização da Petroquisa, subsidiária estatal. Um acionista minoritário questionou o valor da venda da subsidiária, num processo que se arrasta há treze anos. Se perder, a Petrobras desembolsará 2,4 bilhões de dólares. Mais impressionante: ainda terá de pagar ao escritório de advocacia Lobo & Ibeas, que representa o minoritário, quase 700 milhões de dólares em honorários.
Com certeza se perde não pagará tudo isso. A empresa atualmente está no auge de suas pesquisas e de seus lucros, como veremos mais adiante. Mais é um sinal de que ela não é tão transparente como aparenta ser.
Na Sessão sobe e desce, entra nos dois lados:
Sobe
A Petrobras produziu pela primeira vez o mesmo volume de petróleo que o país consome: 1,8 milhão de barris por dia.
Desce
A Bolívia nacionalizou o setor de gás e petróleo e aumentou os impostos, afetando a Petrobras, a maior investidora daquele país.
Nós coarienses devemos está atentos a todos os acontecimentos com a Petrobras, a mola propulsora da economia do município. Uma gripe da empresa em qualquer lugar do planeta, pode significar uma pneumonia em Coari!
RECORDISTA
Adail Pinheiro administra, graças aos royalties da Petrobrás, o município mais rico da Amazônia, proporcionalmente ao número de habitantes. E o mais aquinhoado em mazelas sociais. Coari reúne ainda a maior taxa de processos de corrupção no portal do Tribunal de Contas da União. Um vice desse equivale a um navio de nitroglicerina.
quinta-feira, maio 26, 2005
Município de Anori realiza Festa da Laranja
O Forró e brega vão animar a 15ª Festa da laranja em Anori,município localizado a 195 quilômetros de Manaus. O evento começa amanhã, 27/05 e vai até sábado.
quarta-feira, maio 25, 2005
Adital - Márcio Souza lançou em Belém, no final do mês passado, com patrocínio oficial do governo do Estado, o terceiro livro da tetralogia Crônicas do Grão-Pará e Rio Negro. O título, Revolta (Editora Record, 301 páginas), ficaria mais coerente se fosse algo como "O garanhão do Grão-Pará". Do início ao fim, Maurício Vilaça traça quase todas as personagens do romance, desde uma ninfeta de 13 anos, mas já prostituta experimentada, até pudica senhora integrante de uma associação de novas amazonas, uma precursora liga feminina que atuou no período dos "motins políticos" no Pará (1821-1835), que constitui o eixo da sagra do escritor amazonense. O romance termina como alguns daqueles filmes sangrentos, no qual o enredo se exaure no matadouro geral. Quase não havia mais mulher para o apetite voraz (e sempre eficiente) do jovem comerciante.
terça-feira, maio 24, 2005
segunda-feira, maio 23, 2005
Projeto Telecentro da Petrobrás
Esse foi o tema da semana em todos os jornais do mundo, principalmente no que diz respeito a Amazônia. É um ponto a menos para o PT na comunidade internacional. Parece que só vamos correr atrás do prejuízo quando o estrago estiver grande!
Corromper vem do latim corrumpere, cor+rumper. E é isso o que o excesso de poder e dinheiro fazem, rompem, esgarçam a moral da pessoa. A tentação de ser sobre-humano, de ter mais do que todo mundo, de poder tudo sem limites, de ter o mundo a seus pés dizendo 'sim,senhor' desmancha o tecido ético, corrói a estrutura da maioria das pessoas. Claro, para alguns é mais fácil, a barreira já está rompida há tempos. Para outros demora mais. Mas poucos cedem à tentação tendo a oportunidade. O que fazer então? Aceitar a corrupção e o 'tudo por dinheiro'? Não. Acho que tem jeito, e é esse que tomamos aqui, como povo. Se o poder corrompe quem está lá porque a tentação é grande, então, quem está aqui, longe do poder, tem mesmo que vigiar para evitar a corrupção.
Se a corrução é uma tentação, devemos tratar o corrupto como se trata um viciado. Votar em corrupto é embriagar o alcoólatra. E embebedar o país.
sexta-feira, maio 20, 2005
Dos 930 municípios brasileiros incluídos na lista, mais de um terço (31,8%) fica na região Nordeste, a mais pobre do país. Em seguida, vem a região Sudeste 25,7%, o Sul com 17,3%, Centro Oeste, 13,6%, e o Norte onde estão 11,6% dos municípios. Leia+
quinta-feira, maio 19, 2005
Os Novos Cabanos
Estudantes de escolas públicas e representantes do Fórum Municipal e Rede Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra Criança e o Adolescente chamaram a atenção dos populares do centro comercial de Belém com uma caminhada ontem de manhã pelas ruas em combate ao abuso e à exploração sexual de jovens e crianças. Programas vinculados a secretarias executivas do município e do Estado que promovem ações voltadas para as vítimas da violência sexual estiveram presentes no ato (PróPaz Integrado, Jepiara, Sentinela) para reforçar o apelo. Leia+
quarta-feira, maio 18, 2005
Um mar de lama
terça-feira, maio 17, 2005
Maria Creuza de Souza
A escritora amazonense Maria Creuza de Souza vive na França ha quase vinte anos. Sua obra de ficção é inspirada na tradição oral, nos contos e lendas dos povos da floresta amazônica.
Oficialmente, Maria Creuza de Souza tem 54 anos mas ela afirma ser dois anos mais nova. Como era costume na sua juventude num vilarejo às margens do rio Amazonas, sua idade foi aumentada para que ela pudesse se casar. Maria Creuza nasceu na ilha de Botija, que fica a três dias de barco rio acima de Manaus, numa família mista e numerosa. O pai caboclo era viúvo e tinha três filhos quando se casou com a mãe, também viúva e com sete filhos. Do novo casamento, nasceram mais três filhos. A ilha da Botija pertencia ao avô materno de Maria Creuza, de origem européia. Ele emigrou para o Brasil na virada do século vinte. Foi primeiro para o Ceará, onde conheceu a mulher também de origem européia, antes de se instalar na Amazônia na época do ciclo da borracha. Maria Creuza desconhece a origem exata dos avós maternos mas reivindica ser fruto dessa mestiçagem cabocla/nordestina/européia que ajudou a colonizar as regiões ribeirinhas do Amazonas.
Um imaginário formado pela mistura da cultura cabocla e européia.
A Petrobras deu início às obras de construção da estrada no Parque Nacional Yasuní, no Equador. A rodovia dará acesso ao Bloco 31, área concedida à Petrobras para exploração de petróleo e território ancestral dos índios Huaorani. O Bloco 31 também é uma das áreas mais preservadas do Parque, que foi nomeado Reserva da Biosfera pela Unesco. O projeto de exploração também previa a construção de um porto no rio Napo, que foi concluído recentemente. A empresa brasileira agora dá prosseguimento à construção da estrada de 36 km que já avança cerca de 500 metros na floresta. Leia +
segunda-feira, maio 16, 2005
Um sonho que foi apagado pelo tempo, que agora são apenas lembranças para um povo pobre e sem esperança, que olha o presente sem perspectiva de ter um futuro promissor. Essa é a Musa do Solimões, que tantas vezes elogiada pelos seus poetas pessoas que fizeram história. A cidade de Codajás que no dia 31 de março completou 67 anos de sua emancipação política, deveria ter algo para comemorar. O povo deveria ter pelos menos um bolo para dividir suas fatias, mais nem isso é possível porque simplesmente tiraram os ingredientes para fazer o bolo dos aniversariantes.
A cidade que parecia ter um futuro brilhante, o povo que sonhava com uma cidade de progresso, agora só os resta conformar com a cidade que se apresenta diante de seus olhos. Poderíamos até comemorar o seu aniversário se o povo fosse pelo menos tratado com dignidade e respeito, se tivéssemos um sistema educacional de qualidade e os seus professores recebessem salários justos como merecem. Poderíamos até comemorar se os funcionários públicos não fossem ameaçados nos seus empregos, quando tentam lutar por bons salários e melhores condições de vida.
A cidade de Codajás nos últimos anos fez o que nenhuma outra conseguiu fazer, “regredir”. Com um dos piores índices de desemprego, com uma população cada vez mais pobre e um aumento de prostituição infantil que cresce cada vez mais. A pergunta que se faz é: vale a pena comemorar? Quando pessoas passam fome, quando existem pais de família desempregado, professores maus remunerados adolescentes se prostituindo, ruas cheias de buracos e um sistema de saúde precário. Eis a musa do Solimões!!
"Vai ser bom para o Brasil todos nós, o povo, dermos uma trégua no interesse exclusivo pelas celebridades e voltarmos nossos olhares para os problemas de corrupção do país. Essa reportagem de Rondônia é um bom exemplo da necessária urgência. Imagine, dez deputados pressionando um governador pedindo 50 mil reais por mes para cada um para 'garantir a governabilidade'. E uma deputada, exibida na reportagem, pedindo propina e dizendo que isso 'é de praxe'.
Tem jeito de zerar tudo e redescobrir o Brasil?"
domingo, maio 15, 2005
Chegando ao final, voltei pela parte antiga da feira, onde fiz estas fotos. O local é uma verdadeira babel de mil línguas. Gente de vários lugares do mundo, uns vendendo, outros comprando. Bom lugar para comprar barato, ver curiosidade e de quebra passear!
sábado, maio 14, 2005
sexta-feira, maio 13, 2005
O Festival Folclórico de Parintins está ensinando muito aos parintinenses, acima de tudo saber que o Boi não é só barunho. Que é preciso saber de história e de cultura. E uma coisa é certa quanto mais sabemos da nossa história e da nossa cultura mais vamos tentar preservar essas áreas de nossas vidas, seja no nível pessoal como no nível coletivo.
Estudantes de história lutam pela preservação de prédios, notícia do Acritica de hoje. Essa é uma das funções do curso de história: ensinar quem nesse curso estuda a valorizar a história local; e isso se aprende, conhecendo o conceito de história, as teorias da história, o valor da fazer história e compreender como a história acontece no presente.
Em muitos cursos de história, o aluno tem que "decorar" a história do mundo, do império Romano, do Brasil, mas não sabe a história do seu município e nem sabe como a história está se dando com ele, ali, agora, no presente!
É por isso que a casa mais histórica de Coari, pode cair. Ela não significa nada para os alunos de história, nem para os professores e não dar votos!
Segue o texto do Jornal Acritica:
"Dos prédios históricos existentes na sede de Parintins, apenas a igreja da padroeira Nossa Senhora do Carmo, com 47 anos de fundação, localizada no marco que divide a cidade ao meio, no Centro, tem tombamento homologado, segundo pesquisa levantada pelos estudantes do oitavo período de História da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
E a imponente Catedral, o monumento que expressa a fé do povo parintinense, é bem mais nova, se comparado ao prédio da antiga Cadeia Pública, que foi demolida, há duas semanas, pela Prefeitura, cujo espaço servirá para a construção de bares e de um restaurante.
“Os demais prédios, à exceção do da Catedral, não possuem tombamento histórico. Então, é necessário despertar as novas gerações, o interesse pela preservação da memória coletiva de Parintins”, disse a acadêmica do curso Tereza Rocha, que participou do protesto dos estudantes contra a derrubada da antiga edificação".
Será que iremos esperar que o sobrado caia para fazermos como os parintinenses? Fazer protesto depois do leite derramado não vai adiantar muito!
Como faz falta conhecermos a nossa história. Porque quanto mais se conhece, mais se ama e quem ama, cuida!
quinta-feira, maio 12, 2005
quarta-feira, maio 11, 2005
“A celebração da Páscoa é um hino a Vida. Mas hoje quero pedir a oração de vocês pela situação de morte acontecendo em nossa cidade.
A Páscoa da Ressurreição de Cristo é Alegria, pela vida nova que Cristo nos dá. Mas hoje estou triste e a cidade de Coari deveria está chorando com o confronto que está acontecendo entre um grande número de pessoas e a polícia do Estado do Amazonas aqui na periferia de nossa cidade. A ironia é tão imensa quanto a vastidão amazônica. Nesse mundão de terras sem gente, há briga por causa dum pedaço de chão. Será que já globalizaram a guerra como “produto” para ser chique...
No final da Campanha da Fraternidade pela Paz, testemunhamos uma violência em Coari praticada por ambos os lados em conflito. Após tantos dias de apelos por solidariedade como instrumentos da Paz, presenciamos uma demonstração de força, que vira espiral de múltipla violência.
A Igreja sofre com estes acontecimentos. A situação da Igreja é a situação do povo. A Igreja não se cala, quando as pessoas humanas, criando uma Babel, ficam carentes de Paz e Solidariedade.
“Bem aventurados os que promovem a Paz”
Não promove a paz a ausência de autoridades importantes na cidade nesta ocasião.
Não promove a paz a teimosia de muitos, em querer resolver injustiças sociais pela força; em se aproveitar da pobreza para ganhar dinheiro ou poder.
Não promove a paz, a violência das armas, da tortura física, psicológica ou política.
Não promove a paz, a perseguição política, econômica ou moral.
Não promovem a paz, a comercialização de drogas.
Felizes os que promovem a paz; eles serão chamados filhos de Deus Mt 5,9)
Apoio e encorajo as pessoas de boa vontade que estão procurando salvar vidas e promover a paz, conseguindo uma trégua para negociações jurídicas do conflito.
Acredito que esta é situação para ser tratada por advogados competentes e éticos.
Acredito que todos os acontecimentos precisam ser documentados para que a “Verdade nos torne livres” (Jô 8,32).
Em nome de Deus, digo que chega de briga. Chega de violência. Chega de brutalidade. A violência é cruz que mata jovens, destrói família e promove a dizimação sem piedade.
Queremos a paz justa com dignidade!
Vamos rezar na certeza que o Cristo Ressuscitado pode nos ajudar e ajudar a população coariense e suas autoridades a encontrar o entendimento e a paz”.
Piranhas unidas jamais serão vencidas
Apesar da fama de carnívoras e assassinas, as piranhas se alimentam principalmente de material de origem vegetal. Pequenos invertebrados, insetos e pedaços de animais mortos são apenas uma parcela minoritária de sua dieta, que raramente inclui a ingestão de peixes pequenos. "Isto indica que esses animais são onívoros generalistas, e não carnívoros obrigatórios", afirma o zoólogo Helder Queiroz, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e um dos autores do estudo. No entanto, as piranhas são presas de animais como biguás (pássaros mergulhadores), botos, jacarés e peixes maiores, como o pirarucu. Leia+
terça-feira, maio 10, 2005
A Amazônia para muitos ainda encerra o mito da terra liberta, sem males, pacifica e não subordinada à lógica capitalista e às regras econômicas liberais. O Brasil e o mundo, a não ser em curtos períodos históricos, como o ciclo da borracha, caminharam ignorando a existência da Amazônia.
A Amazônia que temos é fruto do modelo de desenvolvimento alheio aos interesses do povo da região. Sua inserção à economia sempre ocorreu em condições de subordinação e exploração. Os Planos de Desenvolvimento jamais consideraram a preservação dos recursos naturais e as tradições culturais dos povos da região. O processo de ocupação e exploração dilacerou a natureza e o homem amazônidas. Os grupos políticos e econômicos que criaram enclaves de desenvolvimento taparam os olhos diante dos vergonhosos enclaves de pobreza que proliferaram em sua volta.
A Amazônia que temos é de muitos rostos. A diversidade cultural, as sociabilidades construídas vão desde a beira dos rios e o meio da floresta até aos centros e conglomerados de espigões das suas metrópoles.
A Amazônia que temos não abandonou as práticas da histórica formação do espaço brasileiro. Somente nos Estados do Pará e Amazonas 58 milhões de hectares de terra são oriundas da grilagem. O desmatamento atinge patamares nunca monitorados pelos satélites, colocando municípios paraenses na liderança como é o caso de São Félix do Xingu, líder em desmatamento no Brasil, de trabalho escravo, de violência e de conflitos no campo.
A Amazônia que temos não abandonou as práticas coronelistas. No Marajó, a maior ilha fluvial do mundo, 80% das terras estão concentradas nas mãos de poucas pessoas da velha oligarquia rural. Trabalho escravo, pirataria nas águas, superexploração do trabalho são realidades entre o povo marajoara. As condições de vida são precárias. Crianças morrem de fome em uma região tão rica em recursos naturais.
A Amazônia que temos tornou-se tristemente famosa pela violência, impunidade e os conflitos no campo e na cidade. Dos 772 assassinatos de trabalhadores rurais das últimas três décadas, em apenas três casos os mandantes dos crimes foram julgados: um deles cumpre a sentença em prisão domiciliar, os condenados de outros aguardam julgamento de recursos em liberdade.
A Amazônia que temos é manchada com o sangue de seus mártires. O assassinato da Irmã Dorothy Stang em 12 de fevereiro de 2005 chocou o Brasil e o mundo. A Irmã de 73 anos, 40 deles dedicado ao Brasil e à Amazônia, morreu porque defendia um paradigma de desenvolvimento baseado nas condições de vida e tradições culturais. Derramou seu sangue ao defender camponeses e os recursos da floresta.
A Amazônia que temos, com toda a sua riqueza também se esgota. A Amazônia Oriental é a região mais agredida pela exploração madeireira, pela pecuária, pela soja, pela mineração e pelo uso dos recursos hídricos.
A Amazônia que temos, saqueada e devastada, teve como principal agente impulsionador o Estado Brasileiro. O povo amazônida não é consultado. O Estado permite que as políticas neoliberais e capitalistas explorem todas as riquezas da região.
A Amazônia que queremos deve preservar a história da resistência negra, cabocla e indígena, que coloca a pessoa humana e o mundo criado por Deus como centro e sujeito do desenvolvimento.
A Amazônia que queremos respeita os territórios indígenas e quilombolas e exige a democratização da terra e dos espaços urbanos.
A Amazônia que queremos gera emprego, disponibiliza moradia, zela pela educação, saúde e condições dignas de sobrevivência para todos os seus filhos e filhas.
Queremos uma Amazônia que seja verdadeiramente lar para seus povos!
segunda-feira, maio 09, 2005
sexta-feira, maio 06, 2005
A reclamação dos prefeitos do Amazonas sobre a forma de cobrança das dívidas dos municípios com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) chegou ao Ministério da Previdência Social.
Para Estado, instituto se precipitou ao "doar" em mapas 1,18 milhão de km2 ao Acre
O governo do Amazonas entra com ação contra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima semana contra a decisão de mudança nos limites do território do Amazonas, que transferiu 1.184 quilômetros quadrados (quase duas vezes o tamanho de Ribeirão Preto) de sua área ao Acre. A Procuradoria-Geral do Estado entende que o IBGE se precipitou ao "doar" em mapas a área ao Acre enquanto está pendente no Supremo Tribunal Federal (STF), a disputa de território entre os dois Estados e Rondônia. "O Estado vai entrar com ação aliado aos dois municípios que mais perderam território, segundo os mapas do IBGE, Envira e Guajará", explicou o procurador Rui Marcelo Mendonça.
Novos Povos
quinta-feira, maio 05, 2005
Para não dizer que não falei das flores
Além de visar a iniciativa privada, a produção das commodities, com destaque para o milho, mandioca, cana-de-açúcar e cacau, o município conta com parcerias para a comercialização do excedente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Agência de Agronegócios do Amazonas (Agroamazon). Para transferência de tecnologia conta com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (Seplac).
O carro-chefe do programa é a produção de grãos, em especial o milho, que mereceu o investimento de R$ 3 milhões para prover os produtores rurais de tratores, implementos, debulhadores, secadores e sementes. O objetivo é ocupar o mercado aberto pela demanda de ração por parte dos produtores de avicultura de postura instalados em Manaus, calculado pela administração municipal em 50 mil toneladas/dia.
A implementação do projeto, oficializado no último domingo, e previsto para deslanchar ainda neste mês, vai gerar ocupação para as 3.000 pessoas que vivem nas 20 comunidades rurais do município.
A produção de farinha de mandioca também faz parte das ações da administração municipal, que para isso investiu R$ 60 mil na construção de uma unidade para beneficiamento do alimento, com capacidade de produzir uma tonelada por dia e processar cinco toneladas de raiz no mesmo espaço de tempo.
Localizada na comunidade do Saubinha, no km 15 da estrada Coari/Itapeuá e inaugurado oficialmente também no 1º de maio, o empreendimento dispõe de 60 hectares para plantio, mas a meta da secretaria é chegar a 88 hectares.
A produção de farinha vai gerar 180 empregos diretos e 360 indiretos no primeiro ano de atividade em 2005.
quarta-feira, maio 04, 2005
O sol nascia e parecia que naquele dia nascia mais devagar, como uma criança saindo do útero da mãe. A ‘menina do interior’ com a mão na água sentia toda frieza que a temperatura da manhã trazia. Era seu aniversário, 13 anos, havia uma dor no pé barriga, não sabia o que era, algo errado no seu corpo. Uma coisa tinha notado, desde que chegou na tábua de lavar, havia por ali por perto um grupo de botos, geralmente eles não vinham assim tão perto, mas hoje, estavam ali, estranho, pensou! Leia+